A soja continua ganhando espaço no mix de matérias-primas utilizadas para a produção de biodiesel. Em maio, um pouco mais de 73,2% dos 448,3 milhões de litros de biocombustível que foram fabricados tiveram origem no principal produto do agronegócio brasileiro. Trata-se de um crescimento de 3,4 pontos percentuais sobre o resultado de abril.
Essa foi a primeira vez que a participação do óleo derivado do grão volta a superar o patamar de 70% desde agosto do ano passado - mês em que a soja representou 74,1% da produção. Os oito meses que se passaram entre setembro de 2018 e abril de 2019 representam o maior período contínuo na história do setor de biodiesel em que a fatia da soja no mercado fica abaixo desse patamar.
Os números de maio dão continuidade a um processo de crescimento na participação da soja que vem ganhando corpo desde fevereiro conforme os grãos da safra 2018/19 começaram a entrar no mercado com mais força.
Embora esperado em função da sazonalidade do mercado do grão, o arranque chegou um pouco mais tarde do que costuma acontecer. Nos últimos cinco anos - 2014 a 2018 - a fatia reserva ao grão cresceu continuamente entre janeiro e maio. Não é bem isso o que está acontecendo dessa vez. Pelo histórico, a expectativa é que a participação atinja um platô até julho e, depois disso, comece a recuar.
Redução
O crescimento da soja se deu principalmente sobre o sebo bovino e das matérias-primas desconhecidas. Em abril, ambas estiveram virtualmente empatadas com 11,9% do mercado, e perderam, respectivamente, 1,2 e 1,4 ponto percentual em maio.
Para o sebo, os 10,7% de maio representam a menor participação na produção de biodiesel desde março de 2017 - quando teve 9,3% do mercado total. Foram fabricados 48,1 milhões de litros de biodiesel de sebo.
Já as desconhecidas tiveram 10,5% do total fabricado. Isso representa um montante de 47,1 milhões de litros de biodiesel.
A produção de biodiesel a partir de óleo de fritura reaproveitado também caminhou para trás. De 1,9% em abril para 0,9% em maio. Trata-se a menor participação de mercado para essa matéria-prima em 21 meses com pouco mais de 4,3 milhões de litros fabricados.
Além da soja a única matéria-prima que realmente teve um mês positivo foi a palma-de-óleo que fechou o mês com mais de 2,1% do mercado e mais de 9,5 milhões de litros fabricados.
Esmagamento
O crescimento da fatia reservada ao óleo soja mais do que compensou a redução na produção das usinas permitindo que o esmagamento avançasse 1,2% de abril para maio e atingisse a marca de 1,57 milhão de toneladas.
O volume do grão processado para atender à demanda do setor de biodiesel foi o maior desde outubro passado quando chegou perto dos 1,64 milhão de toneladas. Desde o começo do ano, a demanda de óleo dos fabricantes de biodiesel exigiu o esmagamento de 7,41 milhões de toneladas de soja.
Fonte:
BiodieselBR