Levantamento do Ibope encomendado pela Confederação Nacional da Indústria mostra que 55% dos entrevistados separam o lixo em casa para reciclar. Em 2013, eram 47%
Uma pesquisa sobre os hábitos de consumo dos brasileiros descobriu que a reciclagem tem recebido uma atenção maior.
O professor de Matemática Milton Júnior pensa no amanhã. Aliás, o trabalho dele é preparar pro futuro.
“Eu sou professor, né, então acho que esses meninos pros quais eu dou aula acho que merecem um mundo melhor do que a gente tá vivendo hoje, né”, diz.
O prédio onde Milton mora não tem coleta seletiva. Aí, ele achou um ponto da prefeitura que tem.
Tá ficando mais fácil encontrar pessoas como o Milton.
Uma pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria, mostra que 55% dos brasileiros separam, em casa, o lixo pra reciclar.
Em 2013, eram 47%. E o que mais aumentou foi a separação de óleo de cozinha: 34% dos brasileiros já fazem isso. Eram 21% em 2013.
O condomínio onde a Sueli Perez mora tem um lugar pro descarte.
“Se cada um fizer a sua parte, nós somos em 500 moradores aqui por enquanto, se forem 500 pra trazerem óleo já são muita água que tão deixando de contaminar”, diz a aposentada.
O Maurício de Souza recolhe e vende pra indústrias que transformam o óleo em outros produtos.
“O sabão é um deles... O biodiesel também. A massa de vidro tem um composto que tem que colocar o óleo e geralmente esse óleo usado que eles usam”, explica o coletor de óleo.
A pesquisa também mostra que 15% dos brasileiros já separam o lixo eletrônico pra levar a algum posto de coleta. Eram 5%.
Há dois anos, uma empresa - em parceria com a prefeitura - instalou contêineres em 15 locais públicos de São Paulo.
“Tudo que é descartado aqui, ele é reaproveitado e se torna matéria prima novamente”, diz Fernando Perfeito, gerente geral do Movimento Greenk.
A pesquisa mostra o brasileiro como um consumidor mais consciente depois de usar o que comprou - e, também, mais criterioso na hora de comprar. Mesmo num período de desemprego alto, dificuldades financeiras, muita gente está prestando atenção em outras coisas além do preço.
No total, 62% dos brasileiros afirmam que já deixaram de comprar de marcas ou empresas por motivos como: violação de direitos trabalhistas, maus-tratos de animais, crimes ambientais e discriminação - por exemplo, racial, de orientação sexual, de gênero.
A Confederação Nacional da Indústria defende que as empresas se adaptem a essas exigências.
“É uma grande oportunidade para as empresas que conseguem colocar o seu nome à questão de proteção do meio ambiente, de proteção dos animais, de ter esse cuidado, de não ter uma questão discriminatória, porque o consumidor está cada vez mais consciente nesse sentido”, diz Renato da Fonseca, gerente-executivo de pesquisa e competitividade da CNI.
Outro dia, Dauri Tavares precisou comprar madeira pra uma obra. Mas ele descobriu qual era a procedência.
“A madeireira tinha se envolvido num rolo lá de queimada e tudo. Cara, aquilo pra mim bastou, eu falei ‘não quero essa madeira’. Eu posso não consertar o mundo, mas pelo menos eu não vou ser o que tá contribuindo pra ele ficar torto”, afirma o professor de Antropologia e História.
Fonte: Jornal Nacional
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