O ministro da Casa Civil, Rui Costa, rebateu nesta segunda-feira, 14, críticos que apontam uma falta de sustentabilidade ecológica do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado pelo governo, argumentando que serão necessários investimentos e um período de transição energética para a concretização de medidas com viés ambiental.
Questionado em entrevista à GloboNews sobre o fato de o programa incluir, entre as obras a serem tocadas, rodovias e projetos de exploração de combustíveis fósseis, Costa respondeu que há interesse do governo em reduzir as emissões de carbono e incrementar a adoção de energias alternativas.
“O PAC ficou batizado como PAC do desenvolvimento e da sustentabilidade. Então, é o PAC que carregará a transição energética, a transição ecológica, e, portanto, várias metas, várias ações estão associadas à retirada de carbono da economia”, disse o ministro.
PUBLICIDADE
Ele citou como exemplo a ênfase no transporte público coletivo utilizando veículos leves sobre trilhos (VLTs), monotrilhos, metrô e ônibus elétricos. Costa mencionou ainda projetos de tratamento de esgoto para auxiliar na despoluição de rios e bacias hidrográficas.
“Agora, nós vamos viver um momento de transição. E essa transição precisa ser financiada com investimento forte”, acrescentou, lembrando que o PAC prevê a utilização de recursos públicos do orçamento da União, além de montantes provenientes de parcerias Público Provadas (PPPs) e concessões.
Segundo ele, a Petrobras deve investir “fortemente” em biorefinarias “já a partir de agora” e haverá um “forte” incremento do biocombustível na produção do diesel. O ministro acrescentou que a estatal também irá direcionar investimentos para a geração de energia eólica.
Já no caso da exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, tema que deixou expostas divergências internas do governo depois que o empreendimento teve licença negada pelo Ibama, Costa afirmou que já existe exploração na região próxima à divisa do Brasil. Explicou, ainda, que eventual perfuração para pesquisa ocorreria a 350 km da costa brasileira. Ele fez questão de deixar claro, no entanto, que a decisão será tomada a partir de análises técnicas e levando em conta a proteção do meio ambiente.
“O que está no PAC é a verificação se ali tem petróleo. Uma vez confirmado petróleo, os técnicos e a técnica vão definir: é possível explorar? Com que condições de proteção ao meio ambiente é possível explorar?”, declarou.
O ministro aproveitou para informar que o governo tem planos de modernizar a regulamentação de parcerias público-privadas (PPPs) e concessões para “destravar” os investimentos. “Queremos modernizar a legislação e os parâmetros regulatórios da PPP, das concessões, instituir regulamentos novos para fundo garantidor. E com isso nós queremos trazer a iniciativa privada para investir no país. Nós acreditamos muito que nós vamos alavancar o investimento”, disse.
Fonte: Nova Cana | Reuters
Biocombustíveis: a melhor solução de curto prazo para uma transição energética eficiente
FPBio vai ao Palácio do Planalto confirmar apoio ao projeto de lei 'Combustível do Futuro'
Indústrias de biodiesel se articulam para reverter importação e garantir aumento da mistura em 2024