O número de países que anunciam promessas de se tornarem net zero nas próximas décadas continua a crescer. Existe, no entanto, uma série de desafios para que eles atinjam essa meta até 2050, de acordo com a campanha global Race to Zero, encabeçada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Um novo relatório da Agência Internacional de Energia, com sede em Paris, na França, traçou um roteiro para que esse objetivo seja alcançado. Mas adverte que os governos devem agir rapidamente para desacelerar as mudanças climáticas.
“Nosso roteiro mostra as ações prioritárias que são necessárias hoje para garantir que a oportunidade de emissões zero até 2050 – desafiadora, mas ainda viável – não seja perdida”, comentou Fatih Birol, diretor executivo da agência. O caminho, diz ele, traz um aumento histórico no investimento em energia limpa, além de criar milhões de novos empregos e impulsionar o crescimento econômico global. “Levar o mundo para esse caminho requer ações políticas fortes e confiáveis dos governos, sustentadas por uma cooperação internacional muito maior.”
A corrida pelo net zero
Chamado de “Net Zero até 2050: Um roteiro para o setor de energia global”, o documento afirma que as atuais promessas climáticas feitas pelos governos “ficam muito aquém” do que é necessário para zerar as emissões líquidas de dióxido de carbono até 2050. O relatório destaca ainda que o setor de energia é responsável por cerca de três quartos das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no mundo.
Rumo às metas
As sugestões do relatório, que estabelece mais de 400 marcos que precisam ser alcançados para cumprir a meta, incluem proibir a venda de novos veículos movidos a combustível fóssil, aumentar rapidamente os projetos de energia renovável e interromper imediatamente o investimento em novos suprimentos de combustível fóssil.
Para atingir as emissões líquidas zero até 2050, o investimento anual em energia limpa em todo o mundo precisará mais do que triplicar até 2030, para cerca de 4 trilhões de dólares, informa a agência. Esse movimento criará milhões de novos empregos, de acordo com o relatório, aumentará significativamente o crescimento econômico global e garantirá o acesso universal à eletricidade em todo o mundo até o final da década.
Ainda de acordo com o documento, até 2045 novas tecnologias de energia estarão disponíveis; boa parte dos carros funcionará com eletricidade ou células de combustível; os aviões usarão biocombustíveis avançados e combustíveis sintéticos; e centenas de plantas industriais usarão a captura de carbono ou hidrogênio. Que assim seja.
E afirma que, para atingir o net zero, os países não devem adicionar mais dióxido de carbono à atmosfera do que retiram. Algo possível, segundo o documento.
Fonte: Exame
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