O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (31/8) que trabalha para mudar a matriz energética do país e torná-la "100% limpa". Em Teresina para o lançamento das obras do Novo PAC no Piauí, Lula ressaltou que saúde, educação e combate à fome são pilares para o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico.
"O que nós queremos é mudar a matriz energética deste país. Se o mundo acha que é possível fazer essa transição, o Brasil, eu não tenho medo, Rafael, será o país com o maior potencial de fazer essa transição, fazer 100% de energia limpa e, se possível, muito mais energia verde do que qualquer outro país", discursou o presidente, referindo-se ao governador piauiense, Rafael Fonteles.
Lula afirmou também que o governo pretende atrair recursos internacionais para investimentos em energia limpa: "Queremos que venha mais dinheiro verde para cá para investir nas coisas que precisamos."
Em entrevista coletiva após o ato, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que uma grande marca do Novo PAC é a transição energética e ecológica:
"Estamos acenando para o Brasil e para o mundo o caminho que o Brasil quer perseguir para se tornar referência global na produção de energia limpa, de projetos e de uma economia que substitui carbono, ajuda a despoluir e a garantir qualidade ambiental para o seu povo e para a sustentabilidade das próximas gerações."
Para a ministra Marina Silva, o Brasil tem grande vantagem em relação a outros países, por ter capacidade de gerar energia do sol e do vento em grande quantidade.
"Isso é uma grande oportunidade para o nordeste brasileiro, que, como disse o governador, pode estabelecer um novo ciclo de prosperidade e de industrialização verde, gerando energia de segunda geração para, com ela, produzir energia de terceira geração, que é o hidrogênio verde. Assim, poderemos ajudar outros países que não têm as mesmas facilidades energéticas que nós a também fazerem a sua transição”, afirmou a ministra em Teresina.
Combate à fome
Em seu discurso, o presidente defendeu ainda a inclusão do ensino climático em currículos escolares para que as crianças não apenas aprendam, mas repassem o conhecimento a suas famílias. O investimento em educação, disse Lula, é uma das prioridades do governo:
“A obrigação do Estado, primeiro, é investir em saúde. Segundo, investir em educação, que é a base de tudo.”
A retomada do crescimento, da credibilidade e dos investimentos no país, afirmou o presidente, será possível graças à estabilidade política, jurídica e social. O Novo PAC, discursou, "é apenas o início de uma história que já deu certo” e que permitirá ao Estado ser "indutor do desenvolvimento".
O governo federal também lançou no Piauí o Plano Brasil Sem Fome, que tem como meta tirar o país do Mapa da Fome até 2030. Com três eixos principais — Acesso à renda, ao trabalho e à cidadania, Alimentação adequada e saudável, da produção ao consumo e Mobilização para o combate à Fome —, a iniciativa tem um conjunto de 80 ações e políticas públicas em 24 ministérios.
“A fome não é vista pelos outros. A fome não dói para fora, dói para dentro", afirmou o presidente. "O problema não é falta de comida, não é falta de plantar. O problema é que o povo não tem dinheiro para ter acesso à comida. É por isso que só vamos acabar com a fome de verdade quando a gente tiver garantido que todo o povo trabalhador tenha um emprego."
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