Posição foi defendida em reunião com os ministros Bento Albuquerque e Tereza Cristina
Associações de produtores e das indústrias de biodiesel entregaram um ofício aos ministros de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, e da Agricultura, Tereza Cristina, para solicitar que o mandato com os percentuais de mistura do biocombustível no diesel não seja aproveitado por outras alternativas, como o chamado diesel verde, e que esses substitutos sejam estimulados por uma política própria.
"O documento defende que o mandato de biodiesel é apenas de biodiesel, que biocombustíveis avançados para substituir o diesel devem ser estimulados em política própria e que o Selo Combustível Social continue sendo requerido para a comercialização de biodiesel", disse a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em nota.
Uma reunião realizada na quarta-feira, 27, em Brasília com os dois ministros contou com a presença de representantes da Abiove, Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) e União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), que assinam o ofício.
Uma das preocupações é com o chamado diesel verde, um combustível feito a partir da soja e que tem a mesma molécula que os fósseis, produzidos a partir do petróleo. “É preciso trabalhar para que tenhamos uma matriz de diesel cada vez mais renovável, preservando a progressão do aumento da mistura de biodiesel, conforme já vem sendo feito anualmente pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biodiesel (ANP) e desenvolvendo um Programa Nacional para o Diesel Verde em separado do biodiesel, considerando suas especificidades físicas, químicas e econômicas”, defendeu André Nassar, presidente da Abiove.
Na reunião, a entidade afirmou que o Brasil tem potencial de substituição de combustíveis fósseis no diesel comercial e de diminuir a dependência de importações sem que seja necessária a interferência no mandato do biodiesel, que vai chegar a compor 15% do diesel comercial em 2023. "O parque industrial do biodiesel já tem potencial para atender a mistura obrigatória de 22% de biodiesel no diesel comercial", atesta a Abiove.
As entidades também defendem a manutenção do Selo Biocombustível Social para diferenciar o biodiesel brasileiro frente ao estrangeiro, e para a geração de renda e empregos no interior do país.
Nas redes sociais, a ministra Tereza Cristina disse que foram formados grupos de trabalho para "debater novas formas de comercialização para substituir os leilões públicos e a inserção de novos biocombustíveis em substituição ao diesel fóssil".
Fonte: Valor
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