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15 mai 2023 - 10:40
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Pressão vinda de reguladores e clientes impulsiona avanço das empresas na agenda ESG

A pressão de regulação e stakeholders, como compradores e clientes, pode ajudar as empresas a avançar na agenda ESG (sigla em inglês para se referir a questões ambientais, sociais e de governança). No Brasil, o nível de maturidade das companhias varia conforme porte e atividade econômica. Essas são algumas das conclusões de levantamento feito pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).


A Pesquisa Nacional ESG, como foi chamada, ouviu 1.560 empresas de pequeno, médio e grande porte dos setores da indústria, agronegócio, comércio e serviços. O objetivo foi analisar o nível de implementação de práticas ESG, além de medir o grau de conhecimento sobre o tema.


Interessante notar que quando apresentadas à sigla ESG, as empresas ouvidas não acreditam que já estejam implementando suas ações – o desconhecimento sobre a sigla foi a resposta de 84% das entrevistadas. Mas, muitas já têm práticas sustentáveis, só não as conhecem como ESG.


“Os resultados da pesquisa sugerem que a falta de conhecimento está relacionada à sigla em si e não necessariamente à temática”, comenta Igor Calvet, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) . “Há conhecimento sobre as questões ESG e o entendimento de sua importância para a melhoria de seus negócios, mas o resultado parece indicar um descolamento entre os empresários e o acesso, interesse ou busca de informações sobre o tema”, completa.


Por setor, a indústria foi a que mais se destacou nas três dimensões: ambiental (32%), social (61%) e governança (56%). Já o setor de serviços apresentou o pior desempenho: ambiental (22%), social (47%) e governança (44%). Quando avaliadas as respostas por tamanho de companhia, as grandes foram as que tiveram os melhores percentuais nas três dimensões: 38%, 59% e 65% respectivamente.


“O nível de maturidade das grandes empresas, sua disponibilidade de recursos físicos e financeiros, exigências regulatórias e a cobrança de agentes externos podem estar associados ao seu melhor desempenho sobre as empresas de menor porte, que, de forma geral, possuem menos recursos e capacidade de resposta às novas demandas do mercado”, comenta a analista de Produtividade e Inovação da ABDI, Cynthia Mattos, coordenadora da pesquisa..


Ela reitera que as empresas com mais recursos e que atuam em mercados mais regulados ou mais competitivos, onde a pauta ESG é cobrada por stakeholders (em especial, consumidores ou reguladores), avançam mais rápido na agenda, conforme indicam os resultados.


Dimensões


A pesquisa aponta que a dimensão social foi a que apresentou melhor desempenho entre as práticas ESG nas empresas: 79% delas trabalham para promover estabilidade na relação com os colaboradores, 71% se inserem de forma positiva na comunidade próxima, 59% promovem ambiente interno que evite situações de assédio moral ou sexual e 56% possuem ambiente de trabalho seguro e saudável, evitando situações de insalubridade e riscos.


Já a dimensão ambiental teve a pior performance: 54% não têm projetos de eficiência energética ou ações para ampliar utilização de energias renováveis e limpas, 53% não desenvolvem relação com fornecedores para promover a conscientização sobre a adoção de critérios ambientais e 49% não se responsabilizam pelo retorno ou reaproveitamento de sobras dos produtos comercializados ou pela poluição do descarte de seus produtos.


Desafios e motivações


Quando questionadas sobre investir recursos financeiros na implantação de práticas ESG em 12 meses, 56% dos entrevistados disseram que não pretendem investir e só 17% afirmaram que investem sistematicamente. Para Mattos, é preciso considerar que muitas empresas ainda estão se recuperando da crise financeira causada pela covid-19.


“É um desafio para empresas com recursos físicos e financeiros escassos investir em práticas ESG, o que não significa que não esteja acontecendo”, diz. Não à toa, o segundo principal desafio apontado, com 40% das respostas, é que a empresa possui outras prioridades no momento. Ele só perde para a falta de profissionais qualificados (42%).


Mattos cita, porém, que há práticas que não demandam tantos recursos para serem implantadas, tais como estabelecimento de políticas de diversidade e inclusão, ações para reduzir desperdícios e economizar energia, e adoção de mecanismos que promovam ética, transparência e responsabilidade corporativa, por exemplo.


Por outro lado, Calvet lembra que algumas práticas ambientais, como transição para fontes de energia renovável, podem sair mais caro, já que necessitam de atualização de tecnologias e infraestrutura (equipamentos e instalações). Este item – projetos de eficiência energética – é, inclusive, uma das práticas menos implementadas, ao lado de responsabilização pelo retorno ou reaproveitamento de resíduos e práticas para anular ou reduzir uso de recursos não renováveis ou poluentes.


Só 16,6% das empresas dizem que fazem ou planejam investimentos em fontes alternativas de energia para suas atividades. O uso responsável de recursos naturais e físicos nos processos produtivos só é implementado por 32,7% dos entrevistados, de acordo com a pesquisa.


Isso pode ser explicado pelo fato de que os investimentos físicos e financeiros estão entre os principais obstáculos para implementação de práticas socioambientais e de governança, de acordo com o levantamento. Além dele, há ainda a dificuldade de mudança de cultura organizacional, reestruturação de processos e conhecimento para estabelecer e gerenciar uma agenda ESG própria.


Calvet reitera ainda que é uma agenda complexa e muito ampla, o que dificulta também para as empresas entenderem o que se aplica a seu negócio e setor especificamente.


“O tema ESG é recorrente nas publicações comerciais, que apontam a importância de adequação das empresas às práticas ESG, com efeitos no ganho de competitividade, mitigação de riscos e atração de investimentos”, diz o executivo da ABDI.


Adiciona que as companhias que assumem o desafio podem ainda se beneficiar com a geração de valor para a organização, fortalecimento da cultura corporativa e conexão com seus clientes, consumidores, colaboradores e investidores.


Dentre as motivações apontadas pelas empresas, melhorar resultados no longo prazo já é a principal, com 44% das respostas. Em seguida, vêm: acompanhar tendências do mercado (36%), cuidar da imagem e reputação (35%), se adequar à regulação (32%), demanda do cliente ou de partes interessadas (27%) e diminuição de risco de investimento (21%).


Mesmo assim, há quem não vê que o setor valoriza o ESG, nem que há diferencial competitivo e nem que os investimentos vão resultar em ganhos de imagens perante os clientes.


Níveis de maturidade


Fica claro na pesquisa há diferentes níveis de maturidade no entendimento, investimento dedicado e implantação das práticas ESG entre as pesquisadas. Por isso, a FGV e a ADBI optaram por dividir em cinco grupos para entender melhor como agem.


•             Não inseridas: 24% do total, não possuem e não aplicam práticas ESG e não têm conhecimento sobre o tema),


•             Iniciantes: 10% do total, possuem, mas não aplicam práticas ESG;


•             Entrantes: 25% do total, possuem práticas ESG parcialmente implementadas;


•             Eficientes sustentáveis: 15% do total, possuem práticas ESG consolidadas com até 10 anos de mercado;


•             Protagonistas sustentáveis: 26% do total, possuem práticas ESG consolidadas, com mais de 10 anos de mercado.


Mattos lembra que as buscas pelo termo no Google cresceram mais de 180% nos últimos anos e a produção científica, mais de 200% entre 2018 e 2020. “Aos poucos, os empreendedores vão se apropriando dos conceitos do ESG, mas é um caminho que ainda parece estar em seus passos iniciais no Brasil”, conclui.


A conclusão é que há espaço para que as empresas avancem no que se refere ao planejamento, monitoramento e avaliação das ações ESG de forma mais consolidada. Também carecem de priorização de investimentos, conhecimento técnico e entendimento da melhor estratégia ESG, de acordo com as características e mercado de atuação de cada organização.


“É necessário que as empresas reconheçam a importância da temática e busquem a adoção de práticas que não exijam grandes investimentos, mas que gerem impacto positivo no desempenho ESG da empresa”, finaliza Calvet.


Fonte: Valor Econômico

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