Cientistas norte-americanos descobriram que a poluição do ar pode ser um fator de risco para internações da covid-19 e que afeta até indivíduos vacinados com duas doses, mesmo que em menor grau. Para chegar a esta conclusão, analisaram prontuários de mais de 50 mil pacientes contaminados pelo coronavírus SARS-CoV- na Califórnia e os indicadores da qualidade do nível do ar.
Publicado na revista científica American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, o estudo sobre o impacto da poluição do ar em caso de internações da covid foi liderado por pesquisadores da Keck School of Medicine, que é parte da University of Southern California (USC).
"Essas descobertas são importantes porque mostram que, embora as vacinas contra covid sejam bem-sucedidas na redução do risco de hospitalização, pessoas vacinadas e expostas ao ar poluído ainda correm maior risco de resultados piores do que as pessoas vacinadas não expostas à poluição do ar", afirma Anny Xiang, que é uma das autoras do estudo, em comunicado.
Vale lembrar que, além da covid, a poluição do ar contribuí para o aumento de outros problemas de saúde, como doenças do coração e pulmonares. Recentemente, um estudo da Agência Europeia do Ambiente (AEA) revelou que a exposição à poluição é a causa de 10% dos casos de câncer na Europa.
Vacina é importante para diminuir o risco de internação da covid
Na primeira parte do estudo, o grupo de pesquisadores analisou prontuários médicos de 50.010 pacientes diagnosticados com a covid-19 e que tinham mais de 12 anos. Nesta análise, independentemente da exposição à poluição do ar, as vacinas foram responsáveis por reduzir, de forma muito significativa, as internações pelo coronavírus.
"Pessoas totalmente vacinadas tiveram risco quase 90% reduzido de hospitalização por covid, e mesmo pessoas parcialmente vacinadas tiveram cerca de 50% menos risco", comenta Zhanghua Chen, professor assistente da universidade e um dos autores do estudo.
Como a poluição piora a covid?
Na segunda etapa do estudo, os cientistas calcularam os níveis estimados de exposição à poluição do ar para cada participante, com base nos endereços residenciais. Os índices foram calculados para os períodos de um mês e um ano antes de cada paciente ser infectado pelo vírus da covid.
Especificamente, foram calculados os níveis médios dos seguintes poluentes:
Partículas finas (PM2,5);
Dióxido de nitrogênio (NO2);
Ozônio (O3).
Segundo os autores do estudo, mesmo entre as pessoas que foram vacinadas (com duas doses), a exposição aos poluentes PM3,5 e NO2 a curto ou longo prazo aumentou o risco de hospitalização em até 30%. "Entre as pessoas vacinadas, o efeito prejudicial da exposição à poluição do ar é um pouco menor, em comparação com as pessoas que não foram vacinadas", explica Chen. "Mas essa diferença não é estatisticamente significativa", completa.
Sobre a pesquisa, é importante destacar que os dados foram coletados entre os meses de julho e agosto de 2021, quando a variante Delta (B.1.671.2) era predominante nos EUA e a circulação do agente infeccioso era mais intensa. Para entender os riscos precisos da variante Ômicron e duas sua sublinhagens, como a BA.5, estudos complementares são necessários.
Fonte: American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine e USC
Petrobras terá de comprovar conteúdo renovável do coprocessado, diz relator do combustível do futuro
Be8 assina contrato com empresa indiana para construção de planta em Passo Fundo
Engenheiro de bioprocesso e técnico em etanol: veja carreiras em alta no setor de biocombustíveis