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16 abr 2024 - 15:38
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Planeta bate novo recorde de calor e especialistas explicam preocupação

Não é impressão, as temperaturas estão cada vez mais altas. Segundo o Climate Copernicus (C3S), observatório climático europeu, um dos principais centros de monitoramento meteorológico, o último mês foi o março mais quente da história. Este é o décimo mês consecutivo com recorde.


Em março, a temperatura média do ar à superfície esteve 0,73 °C acima da média global estabelecida entre os anos de 1991 e 2020 e 0,10?°C acima do máximo anterior estabelecido, em 2016. A temperatura média global dos últimos doze meses também foi a mais elevada já registrada, 1,58 °C acima da média pré-industrial de 1850 e 1900. Mas afinal, o que isso significa?


Para Desirée Brandt, meteorologista e sócia-executiva da Nottus, a principal preocupação é que um “planeta mais aquecido proporciona um ambiente mais favorável à ocorrência de eventos meteorológicos cada vez mais extremos e com maior frequência.”
O aumento dos gases do efeito estufa na atmosfera é um dos principais responsáveis pelo superaquecimento e as mudanças nos padrões climáticos e a ocorrência de eventos meteorológicos mais intensos e mais frequentes. Conforme o relatório divulgado pela Copernicus, a concentração de dióxido de carbono (CO?) atingiu 417 ppm (partes por milhão), com um aumento de 2,4 ppm por ano desde 2010.


“Eles influenciam diretamente nas mudanças climáticas. Quanto maior a concentração, maior será o desequilíbrio, porque eles retêm o calor na atmosfera e mantêm as taxas de aquecimento no planeta. Por isso, o processo de redução é tão importante”, afirma Willians Bini, meteorologista e CCO da Field Pro.

O El Niño, fenômeno responsável pelo aquecimento dos oceanos, é outro fator que influenciou no aumento das temperaturas. Ativo desde o ano passado, as projeções indicam que o seu fim está próximo. Segundo Bini, “a tendência é que o planeta resfrie a ponto de não batermos novos recortes, principalmente com o início de La Niña, prevista para iniciar neste inverno.”
 
Ainda assim, eventos extremos não são descartados. Além da onda de calor, chuvas fortes, ciclones e ondas de frio também podem ser registrados neste ano. “As mudanças climáticas dão maior intensidade aos fenômenos. Eles estão mais frequentes e intensos. Certamente, ao longo de 2024, teremos outros. Inclusive, há possibilidade de uma onda de calor em pleno inverno. Ou seja, temperaturas acima da média para o período registrada por, no mínimo, cinco dias”, afirma Bini.


 


Fonte: Globo Rural

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