Após um avanço de 21% em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia da soja e do biodiesel deve encolher 5,33% neste ano, totalizando R$ 422 bilhões. A queda é resultado da quebra da safra de soja e reflexos nos agrosserviços. As informações são do levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Essa retração será parcialmente compensada pelo desempenho da agroindústria, impulsionado pelo biodiesel e pelas exportações de farelo de soja.
De acordo com o levantamento, a queda do PIB da soja será de 13,07%. O segmento de insumos terá incremento de 4,31%. O segmento de agrosserviços, por sua vez, terá retração de 4,28%. Já a agroindústria terá crescimento de 2,95%, com avanços em todos os segmentos: alta de 0,59% para esmagamento e refino, 2,6% para rações e 36,47% para biodiesel.
Os preços da cadeia produtiva registraram queda nos primeiros trimestres de 2024 em comparação ao mesmo intervalo de 2023. Com isso, houve recuo na renda real da cadeia de 33,15%, segundo o levantamento.
Comércio exterior
No primeiro trimestre de 2024, as exportações da cadeia de soja e do biodiesel (soja in natura, farelo de soja, óleo de soja, glicerol, biodiesel e proteína de soja) somaram 27,59 milhões de toneladas, 12,97% acima do registrado no mesmo período de 2023.
Já em valor exportado houve queda de 11,33%, para US$ 12,42 bilhões. O desempenho foi pressionado pela queda dos preços de exportação, de 21,51% no período. Esse cenário é similar ao observado entre 2022 e 2023.
As maiores quedas em valor exportado foram registradas nas exportações para África (20,08%), União Europeia (14,89%), China (10,23%) e outros (56,88%). Na outra ponta, houve aumento nas exportações para Leste Asiático (33,54%), América do Norte (272,19%), Sudeste Asiático (6,97%) e Oriente Médio (2,65%).
Mercado de trabalho
A população ocupada na cadeia da soja e do biodiesel iniciou 2024 com queda de 4,65% ante o primeiro trimestre do ano anterior, atingindo 2,28 milhões de pessoas, acompanhando o comportamento do PIB.
A redução deve-se aos resultados negativos para a soja e os agrosserviços, amenizada pelo avanço do emprego nas indústrias. As participações da cadeia produtiva na população ocupada do agronegócio (9,69%) e na da economia brasileira (2,28%) caíram marginalmente frente a 2023, embora ainda sejam as segundas maiores da história, informou o Cepea.
Fonte: Globo Rural
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