A maior preocupação das empresas com práticas de sustentabilidade ambiental, social e de governança após a pandemia de Covid-19 têm promovido transformações no setor de logística, segundo apontou o presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Pedro Moreira, durante a segunda live da 9ª edição do Caminhos da Safra. “Uma coisa é clara, as pessoas estão mais engajadas, mais abertas e fazendo a coisa acontecer”, afirmou Moreira ao comentar o papel da logística nos esforços para redução das emissões de gases do efeito estufa.
“Há uma crescente integração entre os elos da cadeia e de processos colaborativos. Isso também foi dinamizado pela pandemia e hoje as empresas estão mais receptivas a compartilhar e buscar boas práticas”, destacou o presidente da Abralog. Segundo ele, o setor sempre teve “enorme dificuldade em aprimorar conjuntamente os processos colaborativo, ou por barreiras culturais, receio de compartilhar conhecimento e buscar soluções conjuntas. E a gente tem visto que essa cultura está ficando para trás”, pontuou Moreira.
A segunda live da 9ª edição do Caminhos da Safra abordou os novos caminhos da logística na era das mudanças climáticas e também contou com a presença Julio Cesar Minelli, diretor superintendente da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO); Sergio Pupo, diretor de novos negócios da TransMaroni e Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções de Transporte da Scania no Brasil.
Os convidados destacaram a importância da matriz energética e a intermodalidade do transporte de cargas como um fator estratégico para a redução das emissões do agronegócio e demais setores da economia.
“O setor de transporte é aquele que mais consome energia no país na forma de combustíveis líquidos. Mas nós já conseguimos atingir 25% de fontes renováveis através de biocombustíveis. Grande parte disso se deve ao etanol que já é praticamente responsável por 45% de atendimento do ciclo otto”, observou Minelli, da Aprobio. Ele ainda mencionou a política nacional de biocombustíveis mantida atualmente no país e que determina a adição de percentuais mínimos obrigatórios desses produtos no diesel e na gasolina.
Para Nucci, da Scania, o fato de o setor ser um dos principais consumidores de combustíveis fósseis torna a indústria de veículos pesados não só parte do problema, mas também uma solução. “Nesse sentido, a gente entende que precisa trabalhar em duas frentes. É preciso que a gente reduza cada vez mais o nível de CO2 das nossas operações industriais e o mesmo ocorre quando a gente fala dos nossos veículos”, ressaltou o executivo. Com mais de 20 mil veículos vendidos nos últimos dois anos, a companhia conseguiu reduzir em mais de 160 mil litros o consumo de diesel de seus caminhões.
Fonte: Globo Rural
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