Do que estamos falando? De um desafio. Podemos objetivar como país produzir em 10 anos, chegar na safra 2030/31 com 500 milhões de toneladas de grãos?
Quando me dizem ser algo impossível, mais eu creio na sua total possibilidade.
Neste ano, já poderíamos ter tido 270 milhões. Com a seca e a geada, nossa safra deverá ser de 258 milhões de toneladas de grãos. Estamos importando soja, milho, óleo de soja e ainda diminuindo a mistura de soja no biodiesel.
Se tivéssemos, hoje, 300 milhões de toneladas de grãos, venderíamos muito mais e teríamos maior segurança no abastecimento interno. O Brasil tem pelo menos 90 milhões de hectares de pastagens degradadas em áreas com boas condições agrícolas. Podemos incluir isso na técnica da integração lavoura pecuária e floresta inclusive. Imagine aqui comigo 20% dessa área sendo incorporada, somaríamos 18 milhões de hectares a mais. Pense numa produtividade média tranquila, como 3 mil kg/ha soja e 7 mil kg/ha milho, numa conjugação safra e safrinha. Teríamos 10 toneladas por hectare. Logo, potencial para 180 milhões de toneladas de grãos adicionais sobre os atuais. Assim, já chegaríamos nos 450. E os outros 50? Algodão, sorgo, mais arroz, feijão, trigo etc.
As metas precisam desafiar as pessoas. Metas precisam ser MAES (meta audaciosa espetacular e sustentável). Sem a boa ousadia nos acomodamos. E o Brasil não é país para não se incomodar, e muito menos, não podemos deixar de pensar grande.
Estados Unidos colhem hoje 505 milhões de toneladas de grãos. Só de milho são 388. China colhe 650 milhões. A Índia consegue 290 milhões. E o planeta vai exigir “alimento para todos“ (food4all).
Portanto, basta olhar para a própria Bahia para pensarmos igual ao Ariano Suassuna, autor do Auto da Compadecida, paraibano que disse: “o pessimista é um chato, o otimista um tolo, eu sou um realista esperançoso“. É possível e nós podemos.
Ah, mais vai precisar de armazenagem! Lógico. Vai precisar de irrigação! Claro. Vai precisar de muito seguro rural! Óbvio. Vai precisar de conectividade, digitalização, saúde do solo, genética, logística e educação! Sim. Afinal: “não existe país subdesenvolvido, existe país subadministrado“ (Peter Drucker).
Brasil com a Bahia: #500ton. Temos muito mais oportunidades do que problemas e, além de tudo, a movimentação de cargas pode ser toda com biometano. Tudo ESG (Environmental, Social and Governance).
Fonte: A Tarde
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