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30 set 2020 - 17:30
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O futuro do setor não pode esperar

“Existem assuntos que simplesmente não podem esperar”, disse o diretor executivo de BiodieselBR.com, Miguel Angelo Vedana, ao explicar os motivos que levaram à idealização das Prévias. O novo formato reúne grandes nomes da cadeia de produção e consumo do biodiesel em lives que buscam antecipar alguns dos temas que serão debatidos de forma mais aprofundada em meados de novembro durante a Conferência BiodieselBR 2020. “Saibam que esse é só um aperitivo”, brinco Miguel.


Para essa estreia, BiodieselBR.com convidou três dos personagens mais importantes do setor produtivo: André Nassar, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove); Erasmo Carlos Battistella, presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO); Juan Diego Ferrés, presidente do Conselho Superior da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio). A missão do encontro era refletir sobre as questões mais urgentes que deverão impactar o mercado brasileiro de biodiesel nesses próximos meses.


Para André Nassar, o setor vive “um momento turbulento” resultado, segundo ele, menos de ações do setor do que dos desdobramentos da pandemia do coronavírus que desorganizou tanto o mercado de combustíveis quanto o de óleo vegetal. Em paralelo, houve uma mudança no padrão das exportações do complexo soja que levaram a vendas externas muito maiores do que as projeções iniciais, o que gerou desafios para garantir o abastecimento do mercado agora no final do ano. Nesse ponto ele elogia a rearticulação do Comitê de Monitoramento do Abastecimento de Biodiesel (CMAB).


“Nesse ponto eu estou muito feliz. (...) Finalmente, estamos planejando o que vai acontecer no próximo leilão para comercialização em novembro e dezembro”, elogiou acrescentando que a forma “profissional” como as conversas entre produtores e distribuidoras vem sendo conduzidas estão levando o segmento a entrar num momento de maior “calmaria”.


Erasmo Battistella concorda que a pandemia e as múltiplas crises derivadas dela atingiram o setor. “Ninguém havia tido experiência de um momento como esse antes. (...) Em minha opinião, nós estamos enfrentando esse momento até que bem”, avalia apontando que o setor conseguiu se manter ativo durante toda a pandemia.


Para ele, o setor de biodiesel encara um desafio mais difícil do que outros setores. “Somos o elo de ligação entre duas cadeias gigantescas: a agro que é nosso fornecedor de matérias-primas e a cadeia de combustíveis que é nossa cliente. (...) Os tempos e os desafios das duas são diferentes”, diz destacando que o setor seguiu investindo para garantir o cronograma de crescimento da mistura obrigatória nos próximos anos.


Retração da transversalidade


Puxando pela memória, Juan Diego Ferrés, lembro que nos primeiros anos do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) o setor teve que lidar com um “excesso de transversalidade”. Na Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel (Ceib) estavam representados mais de uma dúzia de ministérios o que levava uma “dificuldade de gestão”. “Nos últimos anos isso foi se concentrado basicamente no MME e na ANP. (...) Chegamos no extremo oposto em que temos praticamente só um ministério”, disse cobrando que seria necessário o envolvimento também dos ministérios da agricultura, da economia e da ciência e tecnologia


O momento é mesmo de dificuldades. “O programa [do biodiesel] tem se deparado com problemas muito graves que parecem estar vindo todos juntos”, reconhece Juan Diego. Nos últimos tempos, ele destacou, os preços do biodiesel acabaram ficando muito elevados. “Temos que ter sustentabilidade, mas a sustentabilidade não pode ficar tão cara a ponto de não se compatibilizar com a parte econômica”, avaliou apontando que os biocombustíveis são a “comissão de frente” da futura bioeconomia. “Os biocombustíveis iniciam uma fase muito maior que vai impactar o Brasil muito mais. (...) Não podemos deixar o programa [de biodiesel] sem gestão [adequada]”, completou.


Erasmo Battistella foi na mesma linha ao reclamar que faltou um planejamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para garantir a oferta de matérias-primas no mercado interno. “O próprio governo federal não fez um planejamento da matéria-prima”, apontou.


Leilão 76


Recém-saído de um leilão onde teve franca dificuldade em ofertar o volume necessári para atender à demanda das distribuidoras, o setor está se preparando para o Leilão 76. A ANP já antecipou: se a oferta for considerada insuficiente teremos outro bimestre de mistura reduzida.


Apesar do clima tenso, os representantes asseguraram que o setor está empenhado em garantir o B12. “A nossa posição é que vai ter oferta de biodiesel”, cravou Erasmo. “Dependendo do PMR, vamos ter oferta para o B12 ou até superior”, prosseguiu ressaltando a correção entre os preços de referência definidos pela ANP e a oferta das usinas e lembrando que um dos principais problemas do L75 derivou justamente do fato de que os PMRs estavam abaixo das cotações do óleo de soja.


Erasmo lembrou que as usinas têm relativamente pouco controle sobre a formação dos preços do biodiesel. “Não temos o poder de estabelecer a cotação [da soja] na Bolsa de Chicago, de estabelecer os prêmios e, muito menos, o preço do dólar”, lembrou


Diego critica a ideia de que fixar PMRs baixos teriam o poder de segurar o preço final do biodiesel. “O PMR é um mecanismo que pode garantir que não haja excessos”, avalia. Contudo, se o PMR fica muito baixo, o efeito é reduzir a oferta das usinas o que estressa a demanda e leva a um aumento dos preços.


Ele também critica a sugestão de abrir o mercado para a importação de biodiesel. “É uma questão que paira como um fantasma sobre o programa e é de uma insensatez inacreditável. (...) É inimaginável que a gente tenha um mandado, pago pela sociedade brasileira e com externalidades positivas e levarmos isso para outros países”, criticou apontando que a importação é uma das sugestões presentes num relatório recente do Programa Abastece Brasil.


Demanda


Além de ter preços remuneradores para garantir a oferta, André Nassar lembrou que a demanda também precisa ser realista. As compras de biodiesel no L75 permitiriam que as distribuidoras vendessem 15% mais diesel B do que no mesmo período do ano passado. “Evidentemente isso não faz sentido”, disse lembrando que as distribuidoras estavam receosas de faltar biodiesel no último bimestre e, por isso, compraram mais biodiesel do que precisavam.


“Não estou dizendo que as distribuidoras agiram errado ou que foram oportunistas. Elas fizeram uma leitura do mercado e tentaram se proteger. Mas, daqui para frente não podemos mais ter esse comportamento”, pontuou.


Importação de matérias-primas


Se a importação de biodiesel é rejeitada pelos fabricantes, a importação de matérias-primas não tem um consenso tão firme.


A ideia é considerada como “bastante razoável” por Juan Diego. “Importar biodiesel é inadmissível e burro. Importar matérias-primas num momento de entressafra pode ser inteligente e saudável”, afirma. As importações, segundo ele, já estão acontecendo de qualquer forma uma vez que óleo e gorduras importados podem ser usados livremente em outros segmentos, a única restrição é precisamente a produção de biodiesel. Isso permite que empresas mais diversificadas desloquem soja nacional para o biodiesel e abasteçam outros negócios com grãos vindos de fora.


Segundo Diego, isso faz da liberação da importação uma questão de isonomia. “Hoje temos metade das empresas que podem importar e outra metade que não pode. E essas empresas vão se enfrentar no leilão. É importante que essa questão seja vista também sobre esse aspecto”, elabora.


A ideia de importar matérias-primas não agrada tanto a Abiove e a APROBIO. “Não é hora de mudar a regra. Agora temos que passar pela tormenta. Sempre que teve mudança de regra acabou sendo pior. (...) Uma política não é para ficar mexendo toda vez que o mercado muda. Se fizer isso ela corre o risco de acabar desidratada”, analisa


“Não achamos que seja o momento de abrir para a importação de matéria-prima”, concorda Erasmo para quem o oferta nos países vizinhos seria “marginal” por eles já terem feito seus próprios programas de exportação.


“Temos que discutir com calma o que queremos. (...) Durante a pandemia, muitos países aumentaram seus estoques de alimentos e de matérias-primas. Alguns colocaram regras para exportação. Não estou dizendo que não tem que exportar, mas tem que ter uma estratégia. O Brasil não fez nada”, aponta. “Temos a maior produção de soja e uma produção gigante de gordura. Temos oportunidade de produzir outras oleaginosas. E quando aperta o prêmio [da soja] a gente importa? Essa não é uma saída do tamanho do Brasil! Precisamos pensar grande”, finaliza.


Fonte: BiodieselBR

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