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24 jan 2024 - 12:40
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No pós-Davos, Brasil busca mais protagonismo na agenda global de biocombustíveis.

O aumento dos investimentos e a adoção mais intensiva de biocombustíveis estão na pauta das lideranças que estiveram no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na última semana.


Para além da agenda do clima, há o fator econômico que norteia o interesse no tema: a expectativa é de que a demanda por biocombustíveis cresça até 30% nos próximos quatro anos, de acordo com Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).


A definição de metas para redução do uso de combustíveis fósseis na última Conferência do Clima (COP-28) aumentou a pressão sobre governos e empresas para acelerar essa transição.


A Índia, que transferiu a presidência do G-20 ao Brasil no final do ano passado, tem liderado o movimento de transição na Ásia e, ao lado da China, tem anunciado compromissos para apoiar o desenvolvimento de tecnologias que permitam avanços no tema.


Integrante de painel do qual o Brasil também participou para discutir tendências do mercado de biocombustíveis, o ministro de Minas e Energia da Índia, Harded Puri, lembrou que o país fixou compromisso agressivos para reduzir suas emissões: 1 bilhão de toneladas até 2030, com a meta de zerar totalmente até 2070.


E para chegar a isso precisará reduzir sua dependência de petróleo, transformando sua matriz energética com o uso maior de biocombustíveis e hidrogênio.


“Mas a expectativa de todos é de que o Brasil lidere essa agenda, fundamental para se avançar no esforço de descarbonização agora que assumiu a liderança do G20”, disse ao AgFeed o empresário Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8, e que participou da reunião em Davos, na qual se falou ainda de mercado de carbono e SAF, o combustível de aviação.


A produção de SAF, aliás, está entre as grandes apostas da Be8 de Battistella, que anunciou, no ano passado, a implantação, no Paraguai, do projeto Omega Green, que terá R$ 1 bilhão em investimentos para a produção de biocombustíveis avançados como o SAF.


Outras empresas que estão mirando na produção de SAF e biocombustíveis são a portuguesa Galp e a japonesa Mitsui que fecharam, também no ano passado, uma joint venture para produzir SAF.


Ambas vão investir 691 milhões de euros em duas plantas de biocombustíveis e uma outra focada na produção de hidrogênio verde. As unidades vão usar óleo de cozinha usado e gordura animal – mesma matéria-prima utilizada pela Be8 –, associados a outros insumos para chegar ao produto final.


A Ásia está entre os principais mercados para o SAF. Por lá, o tráfego de aviões aumentou mais de 280% em 2023. Além disso, a China também tem urgência para conter o impacto da poluição em suas cidades e países como os Emirados Árabes Unidos – sede da última COP – já estão se movimentando para buscar alternativas ao petróleo considerando a necessidade de descarbonização, acelerada com as altas temperaturas globais verificadas nos últimos meses.


 


Aquecimento e desigualdade


O clima, ou melhor, as suas oscilações e o que se tem feito para combater o aquecimento global, esteve também no centro da agenda de Davos.


Saadia Zahidi, diretora executiva do Fórum Econômico Mundial, disse durante o evento que os investimentos em energias renováveis continuam insuficientes na maior parte do mundo, apesar de terem triplicado desde o Acordo de Paris, em 2015.


“Os países em desenvolvimento atraíram US$ 544 bilhões de um montante necessário de US$ 1,7 trilhão”, disse, lembrando que os países ricos – os principais responsáveis pelas emissões do planeta, avançam a passos lentos no controle de suas emissões, deixando a conta para as nações mais vulneráveis – são também impactados pelas mudanças climáticas.


O impacto do clima, aliás, é uma preocupação também das empresas. Pesquisa da PwC divulgada no evento apontou que o investimento em soluções climáticas naturais será vital para um grupo de empresas que representam pelo menos 55% do PIB global – o equivalente a cerca de US$ 58 trilhões.


A “CEO Survey” ouve CEOs do mundo que estão em Davos e metade deles diz que seus negócios dependem altamente ou moderadamente da natureza.


O estudo mostra ainda que 34% dos CEOs no Brasil (41% no mundo) relatam ter aceitado taxas de retorno menores para investimentos favoráveis ao meio ambiente do que para outros investimentos – tolerando até seis pontos percentuais a menos, no caso dos brasileiros.


“Isso é uma clara evidência de que existem CEOs dispostos a fazer concessões importantes para reforçar a sustentabilidade de seus negócios”, destaca a pesquisa.


 


Agenda Brasil


Nesse contexto, o Brasil à frente do G-20 pode exercer papel importante para consolidar os biocombustíveis como primordiais para a transição energética.


Essa liderança foi defendida em Davos pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que propôs a criação da Aliança Global dos Biocombustíveis, na qual serão discutidos, o desenvolvimento de certificações e parâmetros para mensurar descarbonização em todos os elos da cadeia e da indústria.


“Com a liderança do G-20, que tem 85% do PIB entre seus integrantes, o Brasil terá poder de influenciar essa agenda”, diz Battistella. “Se o G-20 implementar regulamentações para adoção de SAF, Hidrogênio e outros combustíveis renováveis, o resto do mundo vai acompanhar.”


A estimativa do Ministério de Minas e Energia é de que a produção nacional de biocombustíveis passe dos 6,3 bilhões de litros do ano passado para 10 bilhões de litros ao ano até 2026.


Globalmente, os Estados Unidos são o maior produtor: são cerca de 57 bilhões de litros ao ano, o que representa quase metade de toda a produção mundial.


“O Brasil é líder na produção de biocombustíveis. Criamos mandatos para o diesel verde, para SAF e estamos reduzindo nossa dependência por combustíveis fósseis”, disse o ministro.


O próximo passo é ganhar força e credibilidade, pois a ausência do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Davos, indicou um esvaziamento do interesse do Brasil pelo evento – e reduziu também o interesse do mundo nas pautas que interessam ao país.


Uma delas é investimentos. A CEO Survey da PwC indicou que os CEOs de empresas de mais de 100 países avaliam o Brasil com menos relevância no cenário global - passou de 10º para o 14º no ranking de importância para os executivos.


Realizada com mais de 4.700 executivos, a pesquisa identifica quais países são vistos com maior potencial de crescimento para as principais corporações do planeta. O Brasil era listado entre os 10 principais desde 2014.


“O Brasil será para os combustíveis renováveis o que o Oriente Médio é para o petróleo”, disse o presidente Lula em setembro do ano passado, quando assinou o projeto de lei que criou o programa Combustíveis do Futuro. Se a frase tivesse sido dita em Davos, talvez a posição do Brasil no ranking de países para atrair investimentos ainda fosse melhor.


 


Fonte: AG Feed

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