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13 jun 2022 - 09:04
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Na contramão: por que não estamos usando biocombustíveis?

Um dos efeitos da guerra na Ucrânia é a interrupção da distribuição do petróleo daquela região. Por lá, são extraídos até 475 milhões de toneladas ou 9,5 milhões de barris por dia. Só que, atualmente, quase metade dessa produção está sem compradores. São os europeus, que aplicaram bloqueios geopolíticos, justamente, para influenciar o fim do conflito.


Enquanto isso não ocorre, o petróleo represado, em falta no mercado mundial, segue se valorizando. Desde 24 de fevereiro, início da guerra, até agora, alta de mais de 20%. Variação que gera um efeito dominó. Primeiro, nos combustíveis como diesel e gasolina. Em seguida, nos fretes e em tudo o que encontramos em lojas e supermercados.


A situação mostra como somos dependentes do petróleo. E mais: não estamos preparados para uma transição em nosso fornecimento de combustíveis. Muito se fala sobre como os fósseis, retirados das profundezas da Terra, são poluentes, porque na queima liberam o carbono, principal gás causador do efeito estufa que contribui para o aquecimento global.


Entre as alternativas estão os biocombustíveis. O biodiesel é feito de oleaginosas como soja, mamona, amendoim, dendê e semente de girassol, ou ainda a gordura animal. O etanol é produzido com cana-de-açúcar e milho.


Depois dos Estados Unidos, o Brasil é o maior produtor de biocombustíves do mundo. Em 2021, conforme dados da Agência Nacional de Petróleo e Gás, foram fabricados 6,76 bilhões de litros do biodiesel e 27,53 bilhões de litros de etanol. Entretanto, a produtividade poderia ser maior. Só com o biodiesel seriam 2 milhões de litros a mais, conforme estimativa da Associação de Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio). A projeção não se confirmou porque o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e o Ministério de Minas e Energia (MME) decidiram não aumentar a mistura dos bios nos combustíveis, como estava combinado com o setor produtivo via política do Renovabio.


Em 2021, dentro dos combustíveis, existiam 10% de bios. Esse ano deveriam ser 14%.


Mas, por que o plano não deu certo? Justamente por causa da inflação dos combustíveis. Como já estão caros demais, então, o governo federal decidiu não arriscar prometendo uma mistura maior.


"Vai que os bios, dependentes das produtividades das lavouras -- e do clima que já não estava propício --, também ficam mais caros esse ano?!"
A Aprobio garante que não e que "as refinarias tinham se preparado para crescer 30% esse ano", conta o predidente da entidade e ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, que ainda lamenta: "podemos ver unidades fechando esse ano por conta dessa manutenção irracional".


Além do Brasil, outros países recuraram em políticas de incentivo aos biocombustíveis, como mostra um levantamento da mídia especializada NovaCana:


Argentina: reduziu a mistura de biodiesel dos 10% originais para 5% devido aos altos custos da safra;
Bélgica: tem uma proposta para remover temporariamente os mandatos atuais para reduzir os custos de combustível e alimentos e, em seguida, eliminar lentamente os combustíveis baseados em culturas alimentares até 2030;
Colômbia: reduziu o mandato de mistura de etanol de 10% para 4% a partir de abril de 2021, com o objetivo de retornar a mistura para 10% em setembro de 2021. No entanto, em agosto, o prazo foi estendido até janeiro de 2022. Agora a proposta é 6% até agosto de 2022;
Croácia: removerá as penalidades para os misturadores de combustíveis que errarem nos percentuais mínimos;
Finlândia: reduzirá as obrigações de mistura em 7,5% pontos, em 2022 e 2023;
Indonésia: adiou para 2023 os planos de aumentar seu mandato de mistura para 40%;
República Tcheca: estuda remover as metas de mistura, mas isso só será confirmado no final do ano e os requisitos de redução de gases de efeito estufa ainda se aplicariam;
Suécia: está propondo uma pausa em suas metas de redução de emissões para o setor de transporte para 2023 nos níveis de 2022. Os aumentos continuarão após 2023.


E a transição energética?


Até 2050, o mundo deve mudar sua matriz energética. É o que acordaram 130 países, em novembro passado, na última Conferência das Partes (COP26) da Organização das Nações Unidas (ONU). Porém, para saírmos de vez da era dos combustíveis fósseis, há muitas peças em jogo -- ou muitos jogos políticos acima das promessas à população.


Afinal, na atualidade, uma transição energética deveria ser acelerada ou freada? Mais bios dentro dos combustíveis deixariam mais caro ou barato o produto final?


O SBT News perguntou a um dos maiores pesquisadores do mundo sobre sustentabilidade, membro da academia científica britânica Royal Society, o brasileiro Carlos Nobre.


"A princípio, em um curto prazo, até por reação de mercado, pode ficar mais caro. Só que em médio e longo prazo fica bem mais barato, se paga em pouco tempo o investimento", defendeu ele.


Nobre também avaliou quais países devem enfrentar a crise com essa política mais progressista: "Provavelmente, se a guerra na Ucrânia continuar por muito tempo, aí os Estados Unidos e a União Europeia vão acelerar a transição. Já podemos acompanhar esse movimento. Os planos mais recentes da UE constam que 63% da eletricidade será produzida com fontes renováveis até 2030, em vez dos 55% prometidos desde 2019".


De fato, a UE anunciou há um mês o investimento de 210 bilhões de euros para trasformar sua cadeia de fornecimento totalmente até 2027 e por fim à dependência de combustíveis fósseis da Rússia.


O Brasil, provavelmente, não teria o mesmo recurso financeiro. Mas, tem o insumo para fabricar e um setor organizado querendo atender.


O que vem por aí?


Além das matérias-primas já mencionadas, cientistas estudam outras que podem gerar biocombustíveis, todas com grande potencial:


Café: E nem é novidade! Nos anos 40 pesquisadores desenvolveram uma tecnologia capaz de produzir gás a partir da decomposição do grão.


Água do mar: Existe tecnologia que extrai dióxido de carbono do oceano e o transforma em um líquido inflamável.


Algas: As plantas marinhas devem se tornar protagonistas em poucos anos. Isso porque oferecem inúmeras vantagens em relação às outras seivas.


Esgoto: Existe e está sendo utilizada no Brasil. A companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo desenvolveu, em parceria com uma empresa alemã, um método que possibilita tratar o esgoto.


Hidrogênio: Esse componente químico está no ar. A tecnologia para capturar e transformar é cara. Porém, com o tempo e a demanda pode melhiorar. Já existem muitos veículos movidos pelo gás.

Fonte: SBT News

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