Joaquim Leite vai a Passo Fundo conhecer detalhes da produção de biocombustível
Uma visita do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, à unidade de produção de biodiesel da BSBios, em Passo Fundo, na quinta-feira (30), tem foco no Programa de Crescimento Verde. É a principal peça que o governo Bolsonaro quer levar à COP26, em Glasgow, para tentar colocar em prática o compromisso de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. A visita e seus objetivos foram confirmados à coluna pelo diretor presidente da BSBIOs, Erasmo Battistella:
– É a primeira visita de um ministro do Meio Ambiente a uma empresa produtora de biodiesel. Os biocombustíveis estão cada vez mais ligados à área ambiental e menos à energética. Com as mudanças climáticas, esse tema tem assumido protagonismo, não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Além de duas unidades de produção no Brasil, Battistella tem um ousado projeto de produção de biocombustíveis avançados no Paraguai, com contratos bilionários fechados com gigantes globais.
– Nosso compromisso de tornar a BSBios neutra em carbono até 2030 chamou a atenção do ministro, porque é a primeira empresa de biodiesel que tem prazo tão curto. Vamos discutir como pode virar prática para muitas outras empresas.
Particularmente, acho que o Brasil precisa fazer mais, entrar no mercado de biocombustíveis avançados, com diesel verde, bioquerosene para avião – detalhou Battistella.
Segundo o empresário, o segmento sempre foi coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, pelo qual foi convidado a participar da COP26, mas agora tem ganho importância ambiental. E lembra que o Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de biodiesel.
Vamos mostrar como o biodiesel tem contribuído para redução dos gases de efeito estufa, e a produção de biocombustíveis é uma atividade que o Brasil pode usar como benchmark. Podemos nos comunicar melhor com o mundo. O Brasil não só queimada, tem muita coisa boa que não consegue mostrar lá fora – observa.
É claro que há outro tema em pauta: a redução de 13% para 10% do percentual de biodiesel na mistura do diesel, decidida sob alegação de redução de custo.
– O Ministério do Meio Ambiente já se colocou contrário à redução, e certamente vamos conversar sobre isso, mostrar a importância do programa.
Battistella pondera que a redução na mistura não implica só a redução no volume de produção de biodiesel, mas na emissão dos CBios, certificados que representam uma tonelada de gás carbônico que deixa de ser emitido em um ano e são comercializados, via bolsa, entre os produtores de biocombustíveis e as distribuidoras de combustíveis.
– Isso afeta o programa RenovaBio, nosso grande guarda-chuva para fomentar energias limpas e incentivar que a produção no país se torne mais verde, use mais matéria-prima reciclada.
Fonte: GauchaZH
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