Bento Albuquerque falou sobre avanços internos, com aprovação da nova lei do gás, das políticas de biocombustíveis e das perspectivas para o hidrogênio
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, participou nesta terça-feira (13/4) da 7ª edição da Brazil Conference at Harvard & MIT, em painel que discutiu as oportunidades para o Brasil na transição energética global para uma economia de baixo carbono. Também integraram o painel os CEOs da Cosan, Luis Henrique Guimarães, da Engie Brasil, Mauricio Bahr, e da Votorantim Energia, Fabio Zanfelice.
A Brazil Conference é organizada desde 2015 pela comunidade brasileira de estudantes na região de Boston (EUA) e busca promover o encontro com líderes para debater questões relacionadas a política, economia, cultura e sociedade. O tema da edição deste ano, realizada em formato virtual, é “dialogar para transformar”.
Bento Albuquerque abriu o debate, ressaltando que “a transição energética já é, e será cada vez mais, um dos aspectos centrais na formulação das estratégias nacionais de desenvolvimento. E irá afetar padrões de comércio e investimentos, modelos de produção e o próprio mundo do trabalho”.
Ao apresentar a visão brasileira sobre essas mudanças, indicou tratar-se de processo complexo, que irá variar de acordo com as vantagens competitivas nacionais, regionais e locais. Enfatizou que, na experiência brasileira de planejamento energético de longo prazo, o governo tem adotado estratégia flexível, de forma a tirar proveito da diversidade de soluções tecnológicas e fontes energéticas de que dispõe o Brasil. “O sucesso da transição energética global dependerá da utilização de todas as tecnologias e fontes viáveis, a fim de fazer frente à necessidade de reduzir, de forma abrangente, as emissões de CO2”, afirmou.
As energias limpas e renováveis são responsáveis por 47% do fornecimento total de energia primária do Brasil, enquanto a média mundial é de 19%. O ministro destacou as energias limpas utilizadas no país, como hidroeletricidade, bioenergia, eólica e solar, além do setor nuclear e das fontes fósseis de mais baixo carbono, como o gás natural. “Na nossa matriz elétrica, as energias renováveis representam 83%, um nível quase sem equivalente no mundo”, disse.
Bento Albuquerque também destacou os avanços com a aprovação da nova lei do gás e sobre políticas de biocombustíveis, “que têm garantido a segurança do abastecimento nacional e promovido a descarbonização da matriz brasileira de combustíveis”. De acordo com o ministro, cerca de 25% do setor de transporte brasileiro utiliza o biocombustível e esse avanço precisa ser mostrado ao mundo. “Precisamos de cooperação internacional, de parcerias tecnológicas, para que possamos transferir este conhecimento para países que não tem condições tecnológicas, mas possuem grande potencial de entrar nesse mercado de biocombustíveis”, ressaltou. E comentou que há interesse em um memorando de cooperação entre Brasil e Estados Unidos no setor de combustíveis sustentáveis para aviação.
O ministro anunciou o lançamento do programa Combustível do Futuro ainda este mês. “Queremos levar o conhecimento sobre biocombustíveis para o mundo, para outros países, especialmente da África e da Ásia”, declarou Bento Albuquerque, destacando o programa que deverá ser aprovado por resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na próxima semana.
A modernização do setor elétrico foi outro ponto abordado pelo ministro. “É um passo essencial para o desenvolvimento de novos modelos de negócios, para a atração de investimentos e a adequação dos marcos regulatórios às inovações tecnológicas em curso no setor”. “Construímos um diálogo sem precedentes nos últimos dois anos. Agora, na Câmara dos Deputados, ela recebe a mesma prioridade e o sentimento é o mesmo sobre sua necessidade para a expansão do setor elétrico, imprescindível ao crescimento e ao desenvolvimento do País”.
O ministro comentou também as perspectivas para a consolidação de uma economia do hidrogênio no País. Destacou a experiência brasileira de duas décadas no setor de pesquisa e desenvolvimento do hidrogênio, afirmando que o Brasil almeja dominar o ciclo tecnológico completo do hidrogênio, desenvolver capacidades industriais e gerar empregos de qualidade no setor, com vistas a atender ao mercado externo e interno. E finalizou dizendo que deve ser aprovada resolução do CNPE para o estabelecimento de um programa brasileiro de hidrogênio.
Fonte: MME
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