O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu nesta quinta-feira que o Brasil regulamente a implementação da mistura de biodiesel B20, que seria um diesel vendido nos postos com 20% do combustível renovável, índice bem acima dos 12% atuais.
"Temos sim que regulamentar o B20, não tem como ficar discutindo a despoluição do mundo, a captura de carbono, e ficar consumindo combustível fossíl", disse Fávaro, sem elaborar quando e como essa mistura maior no diesel poderia ser regulamentada.
Fávaro defendeu também que o biodiesel é importante para garantir a demanda pelo óleo de soja, uma ponta do complexo da oleaginosa considerada por ele mais frágil, uma vez que o grão brasileiro é exportado em grande parte, enquanto o farelo de soja é bastante demandado pela indústria local de carnes e por importadores. Cerca de 65% da matéria-prima do biodiesel no ano passado foi de óleo de soja.
Durante evento do setor, Fávaro reafirmou o apoio do governo à indústria de biodiesel, lembrando que uma das primeiras medidas do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no governo Lula foi retomar o conograma de aumento da mistura.
Em 2023, o Brasil elevou a mistura de biodiesel para 12%, a partir de abril, após o governo anterior ter decidido por uma mistura menor de 10% em meio a uma quebra de safra de soja no ano passado.
O CNPE ainda decidiu por uma mistura de biodiesel de 13% em 2024, subindo para 14% em 2025 e 15% em 2026, cronograma este que o setor quer antecipar.
Setores ligados ao transporte rodoviário, montadoras de veículos e o setor de combustíveis, entretanto, têm criticado o biodiesel, citando problemas para os motores com uma mistura maior.
A indústria de biodiesel refuta tais avaliações, afirmando que o produto segue padrões de qualidade aprovados pelos órgãos reguladores.
Fonte: Época Negócios
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