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14 jun 2022 - 06:09
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Macaúba pode substituir soja na produção de biodiesel

A macaúba, uma palmeira nativa, mas ainda pouco explorada comercialmente pode ser a chave para o Brasil aumentar a sua produção de biodiesel sem a necessidade de abrir novas áreas ou competição com culturas destinadas à alimentação, como a soja. Com uma produção cinco vezes maior de óleo, a árvore tem capacidade de contribuir para a recuperação de pastagens e áreas degradadas, sendo também uma alternativa para aumentar a rentabilidade em fazendas pecuárias do país.


“A macaúba é uma estrela. Quando Deus fez a macaúba esqueceu de colocar defeitos”, brinca a doutora em gestão e economia florestal Silvana Ribeiro Nobre, responsável pela elaboração do estudo “Viabilidade da macaúba para a produção de biocombustível”, encomendado pelo WWF-Brasil. Considerando-se uma demanda de 11,5 bilhões de litros de biodiesel em 2030 para atender às determinações do Programa Nacional de Biocombustíveis, o levantamento destaca que seriam necessários 11 milhões de hectares de soja para produzir todo o biodiesel necessário para a abastecer o mercado brasileiro - cerca de dez vezes a área atual, estimada em 1,6 milhões de hectares pela Conab.


Já no caso da Macaúba, a área necessária para garantir o mesmo abastecimento seria 81,8% menor, de apenas 2 milhões de hectares. A espécie chega a produzir 6 mil litros de óleo por hectare ante 500 obtidos com a soja, que hoje responde por 70% da matéria prima usada na produção de biodiesel no país. Associada ao cultivo em sistemas integrados, a maior produtividade da palmeira permitiria até mesmo suprir as importações brasileiras do combustível fóssil - hoje ameaçadas por uma crise global de oferta.


“A gente tem área suficiente de pecuária para produzir junto com a macaúba e ainda aumentando a produtividade da pecuária porque a macaúba, além de produzir na área de pecuária, ela melhora as condições do solo, melhora a condição de retenção de água, o sistema radicular dela é excelente e ela pode ser produzida na área de cerrado inteira do Brasil”, observa Silvana ao destacar os 60 milhões de hectares destinados à pecuária no país e a aplicabilidade da macaúba em áreas degradadas onde, hoje, avançam o uso de técnicas regenerativas.


Segundo dados do Mapbiomas, o percentual das áreas de pastagem com sinais de degradação no Brasil passou de 70% em 2000 para 53% em 2020, com avanços ainda mais significativos entre as áreas severamente degradadas, cujo percentual caiu de 29% para 14% no mesmo período (22,1 milhões de hectares). “Naturalmente isso já está acontecendo, a melhoria das pastagens degradas está lá no Mapbiomas, você entra na plataforma e constata isso. É uma tendência nacional, o que é uma notícia ótima porque a macaúba vai entrar em sinergia com essa tendência que já existe de melhorar as pastagens”, avalia Silvana.


A partir dos dados de recuperação de pastagens, a pesquisadora elencou as regiões prioritárias para o plantio da macaúba considerando infraestrutura de acesso e a probabilidade de interesse dos produtores pelo cultivo da palmeira. Distribuídas entre Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, elas têm em comum justamente o avanço da agricultura sobre as áreas de pecuária e, em alguns casos, o aumento de cobertura vegetal com florestas. “Quando alguns produtores melhoram a condição das pastagens isso torna mais fácil para os outros também melhorarem porque esses vizinhos vão ter esses exemplos, o que é importantíssimo quando a gente pensa em extensão rural”, lembra Silvana.


O foco em áreas de pecuária tem outra vantagem: além de contribuir com a recuperação da pastagem, a torta de macaúba resultante da extração do óleo também pode servir de alimento para o gado, reduzindo a dependência do milho e do farelo de soja que, a cada ano, pesam mais na planilha de custos de pecuaristas do mundo todo. “O lugar natural dela é justamente a pastagem. Ela casa tão bem com pastagem que é difícil pensar que a macaúba vai se expandir numa área exclusiva pra ela porque isso não é nem atrativo para o produtor”, observa o coordenador de conservação do WWF-Brasil, Ricardo Fuji.


Tais características fazem com que a macaúba consiga contribuir, simultaneamente, para a segurança energética e alimentar, reduzindo a pressão sobre a cadeia da soja e do milho em meio a preços recordes dos grãos no mercado interno e externo. Nativa, a árvore é uma espécie imune às oscilações do mercado internacional e poderia contribuir com a criação de uma nova cadeia de valor para o agronegócio brasileiro, segundo apontam os pesquisadores. “Essa demanda não vai concorrer com a produção de alimentos justamente porque ela vai se consorciar e a tendência natural é se consorciar com a pecuária e sem diminuir a produtividade, pelo contrário, vai aumentar”, pontua Fuji.


Outra vantagem no plantio da macaúba está no desenvolvimento científico em relação ao cultivo da palmeira. Foram mapeados 263 artigos científicos sobre a espécie, a maior parte deles focados nos fatores que influenciam a sua produtividade desde a quebra de dormência das sementes até seu processamento industrial. Além disso, Silvana ressalta que o Brasil conta com três bancos de germoplasma mantidos por universidades e centros de pesquisa, garantindo todas as condições para o início do plantio em grande escala no país.


“São dez anos de pesquisa séria, a Embrapa e as universidades brasileiras fizeram um excelente trabalho. Acho que o Brasil fez um dever de casa bastante interessante na área de macaúba, agora está na hora de colocar isso em prática”, completa a pesquisadora.

Fonte: Globo Rural

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