Os resultados do 73º Leilão de Biodiesel da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), bateram recorde. O L73, para abastecimento entre julho e agosto, negociou 1,189 bilhão de litros de biodiesel para as distribuidoras, ao preço médio de R$ 0,336 por litro.
Foram registrados três recordes históricos: o maior volume de biodiesel já comercializado num leilão, o maior preço nominal médio e a maior movimentação financeira já realizada.
A alta no preço médio final do biodiesel, acima de R$ 3, deve gerar impacto nas bombas, pressionando o preço do diesel ao consumidor. Isso porque, atualmente, está em vigor o B12, determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que estipula um percentual mínimo obrigatório de 12% de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final.
As distribuidoras acreditam que o incremento nas bombas será de R$ 0,15 por litro no período. Já a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) defende que a alta ficará entre R$ 0,02 e R$ 0,03 por litro.
Contudo, produtores e distribuidoras concordam que pode faltar biodiesel para os últimos 15 dias de junho. Com a pandemia, no leilão de abril, as distribuidoras reduziram a retirada mínima no L72 a 80% do contratado, prevendo uma queda mais dura na demanda por diesel, que não aconteceu.
Para evitar o desabastecimento do biocombustível, a ANP acatou a proposta de produtores para realização do L74 até o meio da próxima semana. Ele será um leilão complementar ao L72, para suprir a demanda no final do mês de junho (dias 22 a 30). A agência também anunciou um leilão complementar ao L73, ainda sem detalhes e cronograma definidos.
O processo de compra de biodiesel no 73º leilão levou cinco dias para ser concluído. Somente na etapa 3, as distribuidoras desembolsaram R$ 4,13 bilhões de reais, para comprar 1,169 bilhão de litros – maior valor gasto em um leilão. O recorde anterior era de R$ 3,4 bilhões no L71.
“O bom desempenho durante a Etapa 3 do L73 é sinal evidente da rápida recuperação do consumo de diesel, que antecipa o processo de retomada da economia brasileira com impacto direto no consumo de biodiesel”, afirmou a Aprobio.
O volume adquirido também é recorde. Antes, a maior aquisição em uma etapa foi de 1,135 bilhão de litros no no L68, segundo informação do BiodieselBr.
O fator de utilização das refinarias está próximo do período pré-crise, retornando a 75% no fim da primeira semana de junho – estava em 77% em meados de março, antes da entrada em vigor de medidas protetivas nos estados, na tentativa de desacelerar a proliferação da doença.
Monitoramento feito pelo Ministério de Minas e Energia (MME) com a Petrobras, excluindo a Refinaria Clara Camarão, em Guamaré (RN).
Em geral, mercado de diesel está próximo da normalidade, gasolina e etanol hidratado, em recuperação, e o impacto mais forte ainda é sentido na demanda de QAV. A demanda de GLP, puxada por consumidores domésticos, cresceu, mas não há problemas graves de desabastecimento, de acordo com o MME.
A Petrobras aumentou os preços da gasolina esta semana, em 10% ou em R$ 0,13 na média nacional, de acordo com informação da Associação Brasileiras dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Diesel permanece inalterado.
Alta reflete a recuperação dos preços internacionais, com o Brent corado a mais de US$ 40 por barril desde a semana passada. Preços nacionais da gasolina nas refinarias acumulam uma queda de 24% desde o início do ano. No fim de maio, recuo era de mais de 30%; em abril, superou os 40%. Combustível também sobe na bomba.
Fonte: epbr
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