Joaquim Leite falou aos jornalistas durante entrevista coletiva sobre os preparativos do Brasil para a COP26
ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, esteve no Palácio do Itamaraty nesta sexta-feira (8) para falar à imprensa sobre os preparativos do governo brasileiro para a COP26, que ocorrerá em Glasgow, na Escócia, a partir de 31 de novembro. Ao lado do embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto e do chefe de gabinete do Ministério das Relações Exteriores, Embaixador Achilles Zaluar, o chefe da pasta do Meio Ambiente afirmou que o Brasil irá se empenhar para engajar o mundo na direção de uma economia muito mais sustentável.
“A Cúpula do Clima pode trazer ao mundo a responsabilidade de todos, inclusive do Brasil, que vai fazer sua parte. Vamos ajudar a incentivar projetos verdes e caminhar para uma nova economia verde, mas com responsabilidade. A responsabilidade de fazer com que o clima signifique melhor qualidade de vida a todo cidadão brasileiro, não deixando nenhum território para trás”, disse Joaquim Leite ao lembrar das disparidades econômicas e ambientais que envolvem as 27 unidades da federação, dadas as dimensões continentais do território brasileiro.
Na conversa com os jornalistas, o ministro, que chefiará a delegação brasileira na Escócia, falou também do financiamento prometido pelos países desenvolvidos e garantiu que o Programa de Crescimento Verde, que será apresentado pelo Governo Federal nos próximos dias, não está atrelado ao cumprimento da promessa.
“Em 2015, foi prometido que os países ricos iriam financiar em 100 bilhões de dólares os países em desenvolvimento para que estes conseguissem atingir suas metas e fazer essa transição para uma nova economia verde. O sucesso da Cúpula do Clima é fazer com que a gente consiga mais do isso: é fazer com que a gente consiga engajar todos os países, inclusive o Brasil, na direção de uma economia verde. Isso não significa condicionante”, pontou Leite, que, de maneira enfática, completou: “Em nenhum momento o Governo Federal está condicionando atuar no combate ao desmatamento ou criar um Programa de Crescimento Verde a financiamentos internacionais. Nós estamos mobilizando todos os países, principalmente os países ricos, inclusive o Brasil está mobilizado nessa nova agenda verde, para que a gente chegue com um número muito maior do que esse. Isso sim seria um sucesso.”
Negociação e transferência de tecnologia
O ministro Joaquim Leite tem conversado com uma série de países para que o Brasil tenha uma posição sólida e pró-ativa nas negociações de clima. Até o momento, foram cerca de 30 reuniões - número que deve dobrar até o início da Cúpula do Clima. “Estamos tendo reuniões bilaterais para alinhar os posicionamentos dos outros países com os do Brasil de forma que a gente chegue a um consenso no livro de regras do mercado de carbono e no volume de recursos de financiamento de clima”, explicou.
De acordo com o embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, o Brasil trabalha para manter a posição de destaque nas negociações de clima. “O Brasil sempre foi um país ativo e relevante nesse processo todo e queremos continuar a ocupar esse espaço de protagonismo. Vamos a Glasgow com a expectativa de encerrar de vez a fase de negociações das regras para implementar o acordo de Paris”, afirmou.
Joaquim Leite afirmou ainda que a expertise brasileira em economia verde coloca o país como uma potência sustentável. “Eu tive uma reunião com um país da América Latina que tinha um desafio no tratamento de resíduos, e o Brasil é, sim, um polo de tratamento de resíduos. Por isso, a gente deve fazer algum tipo de acordo bilateral para transferir essa tecnologia de tratamento de resíduos”, finalizou.
Fonte: MMA
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