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10 ago 2022 - 12:00
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“Precisamos introduzir biocombustíveis de 2ª geração”, diz presidente da BSBios

Diretor presidente da BSBios, Erasmo Carlos Battistella, conta os planos da companhia e sua visão sobre o mercado de biocombustíveis


A BSBios, maior produtora de biodiesel do mercado brasileiro, quer estar entre as três maiores produtoras de biocombustíveis do mundo até 2030. Com o objetivo de atingir essa meta, a empresa está investindo na implantação de uma usina de etanol de cereais no Rio Grande do Sul e em uma unidade produtora de biocombustíveis avançados, como o querosene de aviação renovável, no Paraguai.


O EnergiaHoje entrevistou o diretor presidente da BSBios, Erasmo Carlos Battistella, para saber detalhes dos planos da companhia e sua visão sobre o mercado de biocombustíveis. Confira abaixo.


Como você avalia o cenário atual para o mercado brasileiro de biocombustíveis?


O mundo já está consciente da necessidade iminente de se ter uma alternativa limpa, sustentável e tecnologicamente madura ao combustível fóssil para redução dos gases de efeito estufa. Governos e empresas estão buscando tomar decisões mais ousadas na direção de uma transição da matriz energética para um modelo mais sustentável, com a ampliação e antecipação das metas de descarbonização.


Para a mobilidade urbana, a tecnologia de biocombustíveis é uma solução disponível e com capacidade de ser utilizada em maior escala. É uma alternativa que utiliza toda a infraestrutura atual – desde a rede de distribuição até a sua aplicação em motores de qualquer idade –, possui baixo custo de transição e representa um impacto imediato para a descarbonização.


Uma pesquisa recente comprovou que acelerar o uso de biocombustíveis oferece benefícios três vezes maiores em comparação ao uso de veículos elétricos. Foi o que revelou o estudo recém publicado pela Stillwater Associates para o Diesel Technology Forum, que avaliou os benefícios ambientais concretos da adoção de estratégias de eletrificação e de uso de biodiesel e diesel verde. Foram analisados os desempenhos de caminhões médios e pesados operando em 10 estados dos Estados Unidos.


E no Brasil?


No Brasil temos um enorme potencial de aumentar a produção de bioenergias sustentáveis a partir da biomassa. Desde 1975, com o lançamento do Proálcool, o Brasil avança com um direcionamento estratégico adotado pelo Estado brasileiro em relação aos biocombustíveis.


Pode explicar melhor?


Desde o Proálcool o país vem adotando políticas públicas e um arcabouço regulatório para fomentar a indústria e, consequentemente, garantir um futuro mais sustentável para o país. Foi assim em 2004, com o lançamento oficial do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Em dezembro de 2016 o governo brasileiro lançou o RenovaBio, fruto do compromisso assumido pelo governo brasileiro para cumprir as metas do Acordo de Paris, que foram reforçadas na última COP26. O RenovaBio visa garantir a segurança energética, a previsibilidade do mercado e a mitigação de emissões dos gases causadores do efeito estufa no setor de combustíveis.


E o que pode ser feito para que o mercado se expanda nos próximos anos?


O horizonte também está repleto de novas possibilidades para os biocombustíveis de segunda geração, como diesel verde (HVO) e o bioquerosene de aviação (SAF). Para isso, precisamos consolidar o RenovaBio, avançando nos percentuais de combustíveis renováveis, em especial no ciclo diesel, e introduzindo os biocombustíveis de segunda geração, como o bioquerosene de aviação. São ações importantes para manter o país como referência mundial na descarbonização da matriz de transportes e para cumprir os compromissos assumidos pelo governo brasileiro no Acordo de Paris.


Qual é a presença da BSBios no mercado e como ela pretende ampliar sua atuação?


Nosso grupo tem como propósito o investimento e a geração de negócios sustentáveis, com foco no agronegócio e em energias renováveis. Na BSBios, acreditamos na sustentabilidade como propulsora de nosso negócio. Como maior produtora de biodiesel do mercado brasileiro, sabemos do papel crucial de nossa empresa na transição para uma economia de baixo carbono, por meio de uma linha de produtos renováveis e menos poluentes que o combustível fóssil. Trabalhamos com foco não só no crescimento, mas também no impacto positivo e de longo prazo que podemos deixar para as pessoas e para o planeta.


E como isso se traduz em ações? 


Nosso plano estratégico nos leva ao objetivo de estar entre as três maiores produtoras de biocombustíveis do mundo até 2030, além de ser uma empresa carbono neutro. Nossos bons resultados refletem o compromisso de crescer de forma orgânica, com um portfólio de investimentos em constante renovação e pautado pela excelência operacional, preservação ambiental e cooperação.


Fale um pouco da expectativa de crescimento fora do Brasil…


Avançamos no processo de internacionalização do grupo com avanços no projeto de biocombustíveis avançados no Paraguai e com a aquisição de uma planta na Suíça. Também estamos incrementando nossa estratégia de exportação de produtos. Existe um cenário favorável para considerar os biocombustíveis como elemento fundamental para uma transição eficiente e no curto prazo.


A empresa tradicionalmente produz biodiesel. Por que decidiu este ano investir na implantação de uma usina de etanol de cereais no Rio Grande do Sul?


A BSBios reforçou sua estratégia de ser uma das empresas mais importantes em biocombustíveis com o anúncio, em junho, dessa fábrica de etanol. O Rio Grande do Sul é um estado importador de etanol e nós, que estamos na cadeia produtiva, com esse investimento, vamos ampliar nossa capacidade de produção de biocombustíveis aqui na região Sul, aderindo ao Pró-Etanol. 


A unidade, que fica em Passo Fundo, vai processar, quando estiver totalmente instalada, 1.500 toneladas de cereais por dia para produzir 220 milhões de litros de etanol (anidro ou hidratado) e 155 milhões de toneladas por ano de farelo para a cadeia de proteína animal. Isso vai representar um incremento na oferta de farelo para as cadeias produtivas de proteínas animais, além de promover investimento em desenvolvimento de tecnologia genética para produção de trigo específico para produção de etanol e de ser uma oportunidade viável de renda para o agricultor com a cultura de cereais de inverno.


E como está o andamento do projeto Omega Green no Paraguai? Qual a previsão de início das obras de construção da unidade que produzirá combustível de aviação sustentável (SAF) e diesel verde (HVO)?


A BSBios Paraguay se comprometeu com o que será um dos seus principais desafios: construir, até o fim de 2025, a biorrefinaria Omega Green no país vizinho, considerada de interesse nacional. As competências e as experiências da BSBios no Brasil serão fundamentais para o sucesso e a expansão deste setor na região, que receberá a primeira usina produtora de biocombustíveis avançados – HVO, SPK (sigla em inglês para querosene de aviação renovável) e Green Naphtha (usado para fabricação de plástico verde).


Com investimentos na casa de US$ 1 bilhão, esta usina fomentará o setor agrícola e tecnológico, além de transformar resíduos em recursos e levar segurança e valor ao setor energético. Prevê-se a exportação do HVO e do SPK para os Estados Unidos, Canadá e países da União Europeia. As obras de estruturação do terreno tiveram início em novembro de 2021 e a previsão é que em 2025 se inicie a produção de 20 mil barris por dia de biocombustível.


Por fim, quais são as suas expectativas quanto a definição de uma regulamentação para a produção de SAF no Brasil?


O setor aéreo já afirmou que o uso de SAF será responsável por garantir 65% da meta de neutralidade de emissões até 2050. A posição da International Air Transport Association, a Iata, é de defesa de um esforço coletivo de toda a indústria juntamente com governos, produtores e investidores para que o setor possa alcançar suas próprias metas.


E o que falta pra isso?


Neste caso, há a necessidade de se aprovar no país, já neste segundo semestre, um marco regulatório para garantir investimentos e atendimento das demandas futuras do setor aéreo. Uma planta de SAF é mais complexa do que as usinas de biodiesel e etanol. Seu desenvolvimento dura cerca de cinco anos. Para os investimentos ocorrerem de forma significativa é necessário regras claras sobre sistemas produtivos aceitos no país e uma definição da porcentagem de mistura de SAF no tanque de querosene dos aviões. Sem regras, é uma aposta de alto risco.


 Fonte: Brasil Energia

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