Com as transformações trazidas pela pandemia e pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, a situação do Brasil quando se fala em questões climáticas mudou “radicalmente” no cenário global, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O Brasil é reconhecido externamente hoje como potência verde, energética e alimentar. Segundo ele, essa “ficha caiu no mundo”. O Brasil, diz, poderá produzir a “energia do futuro mais barata do mundo”.
Em participação no Congresso Mercado Global de Carbono, promovido pelo Banco do Brasil e pela Petrobras, Guedes disse que o Brasil hoje tem construída uma nova concepção para o tratamento da situação ambiental, que conta com três pilares: a taxação da poluição, o estímulo à inovação para uso de tecnologias de descarbonização e a remuneração para preservação de recursos naturais. Esse último pilar começou a ser trabalhado mais recentemente.
A pandemia, disse ele, levou ao mergulho no futuro digital. Com a guerra no leste europeu, houve o mergulho no futuro da transição energética. A guerra também trouxe para os europeus preocupação com fornecimento de energia e grãos e o Brasil, disse o ministro, é uma potência verde, alimentar e energética. “Caiu a ficha para o mundo.” Houve, disse ele, uma grande ruptura nas cadeias produtivas globais com a pandemia e a guerra chamou a atenção para o problema da segurança alimentar e energética.
O ministro também diz que outro conceito importante é que o Brasil é grande plataforma “que está perto” da Europa e dos Estados Unidos por ser uma democracia liberal, confiável, com economia resiliente de mercado, com mercado de consumo.
O Brasil, disse Guedes, vai crescer, tem “dois planos Marshall contratados” e vai precisar de energia para si e para garantir segurança energética para o mundo.
“O país que tem a energia mais limpa do mundo será também o país que produzirá a energia do futuro mais barata do mundo.” O ministro citou o hidrogênio verde que, segundo ele, poderá ser produzido de forma mais barata e em grande escala no país.
Segundo Guedes, o país já tinha feito os primeiros movimentos para o gás natural, antes das rupturas das cadeias produtivas, mas essa transição se acelerou. Com a pressão de combustíveis fósseis, diz, “somos empurrados na direção do futuro”.
O país, que era unimodal, com 90% do transporte de cargas por rodovias, caminha em direção ao gás natural, às ferrovias e agora deve partir para as hidrovias, segundo Guedes.
Fonte: Valor Econômico
Europa é o continente que aquece mais rápido, quase o dobro da média global
Brasil apoia iniciativa indiana para sediar Aliança Global de Biocombustíveis