O governo prepara uma consulta pública para revisar a curva de metas decenal da Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio), para ajustar os cálculos ao cenário pós-pandemia que frustrou a demanda por combustíveis.
Na segunda (4/9), durante um evento do setor de etanol no Recife (PE), o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, disse que o ministério está finalizando uma análise de impacto regulatório (pré-consulta pública) para definição das metas no ciclo 2024-2033.
Atualmente, a meta para 2024 está em 50,81 milhões de toneladas de CO2 que devem ser compensadas com a compra de créditos de descarbonização (CBIOs), subindo para 99,22 milhões em 2032.
Cada CBIO equivale a uma tonelada de carbono.
Mendes explicou que a modelagem utilizada hoje foi construída antes da implementação do programa – que entrou em operação em janeiro de 2020, ano em que o mundo ficou em confinamento por conta da covid-19 – e com base em estimativas de mercado que não se concretizaram.
“Durante o período de vigência do RenovaBio, não houve um único ano de estabilidade conjuntural”, observou o secretário.
Ele lista a recessão econômica de 2020 puxada pela pandemia, a tentativa de recuperação em 2021, os efeitos da guerra na Ucrânia em 2022 sobre os preços dos combustíveis e as alterações na tributação dos combustíveis nos últimos 12 meses.
O governo de Jair Bolsonaro (PL) também ajudou a desestabilizar o programa, revisando metas para baixo e adiando os prazos para as distribuidoras comprovarem o cumprimento de suas obrigações.
“As novas metas serão definidas sem deixar de levar em conta a redução da intensidade de carbono pretendida para matriz de transportes brasileira”, defendeu Mendes.
Fonte: epbr
Biocombustíveis: a melhor solução de curto prazo para uma transição energética eficiente
FPBio vai ao Palácio do Planalto confirmar apoio ao projeto de lei 'Combustível do Futuro'
Indústrias de biodiesel se articulam para reverter importação e garantir aumento da mistura em 2024