Segundo os ministros Tereza Cristina, da Agricultura, e Joaquim Leite, do Meio Ambiente, plano mostrará um Brasil “real” e “verde”
Os ministros da Agricultura, Tereza Cristina, e do Meio Ambiente, Joaquim Leite, querem usar o Plano ABC+ como vitrine de um Brasil “real” e “verde” na Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (CoP 26). O novo plano, lançado ontem, prevê ações para impedir que a agropecuária emita 1,1 bilhão de toneladas de carbono equivalente até 2030, volume sete vezes maior do que o previsto no plano da década passada.
Na apresentação, os ministros definiram o plano como uma das “mais ambiciosas políticas públicas da agropecuária do mundo”. Segundo Tereza Cristina, a nova fase do plano vai “aprimorar a sustentabilidade da produção brasileira e manter o agro na vanguarda dos esforços de enfrentamento da mudança do clima”. Ela afirmou ainda que o Brasil aproveitará a CoP 26 para fazer um “chamamento a países industrializados, por meio da cooperação internacional” para que eles ajudem a implementar os sistemas produtivos.
Para o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, a agricultura brasileira é uma das soluções para os desafios da nova economia verde - o país tem meta de alcançar ax neutralidade de carbono até 2050, e seu modelo de produção mostra caminhos para a erradicação da pobreza e a garantia de segurança alimentar do planeta, acredita o ministro.
Leite destacou que será preciso “negociar um acordo climático bom para o Brasil e para o planeta” e que isso será feito de forma conjunta pelas equipes do governo federal. “Vamos conseguir apresentar ao mundo o Brasil real, um Brasil verde”.
O ABC+ prevê a adoção de novas tecnologias, como terminação intensiva de bovinos, sistemas irrigados e uso de bioinsumos, e a intenção de adotar em outros 72,68 milhões de hectares as técnicas de mitigação e adaptação às mudanças do clima. O governo espera ultrapassar “com facilidade” a meta de evitar a emissão de 1,1 bilhão de toneladas de CO2 equivalente. “[A meta] será ultrapassada porque o produtor acredita e sabe que conservar e produzir é o que nos interessa sempre daqui pra frente”, disse Tereza Cristina.
A ministra criticou ainda o “protecionismo demasiado”, o “precaucionismo”, os subsídios distorcivos e a imposição de barreiras indevidas no comércio internacional do agronegócio, que, segundo ela, causam “efeitos perversos” ao setor produtivo brasileiro. Tereza Cristina pediu aos adidos agrícolas do Brasil que atuam em todo o mundo atenção especial à questão ambiental para que o país consiga melhorar sua imagem no exterior.
No anúncio do plano, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, disse que o país deve “sair das cordas” e mostrar o trabalho que já fez para contribuir com a descarbonização do planeta. “O Brasil tem feito o dever de casa na descarbonização. Não é mais possível ficar nas cordas, com o mundo apontando o dedo [para o país], sendo que temos um programa que vem descarbonizando nossa agricultura com tecnologias”.
Segundo ele, só na cadeia da soja, com plantio direto, controle biológico e fixação biológica de nitrogênio, a ciência ajudou a impedir que cultivo avançasse em 70 milhões de hectares. “É com esses números que vamos a Glasgow [na CoP 26] para defender a agricultura brasileira e o Brasil e mostrar ao mundo o que estamos fazendo bem feito aqui”, disse.
Fonte: Valor
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