A sustentabilidade é um tema urgente para todos os países do mundo. Com o objetivo de discutir a geração de energia limpa no transporte, o Instituto Besc de Humanidades e Economia realizou a 33ª ASPEN – Assembleia Permanente pela Eficiência Nacional, com o tema “O Agronegócio Brasileiro e a Geração de Energia para o Transporte”. O conteúdo pode ser visto na íntegra no canal do YouTube do instituto. Com a presença de representantes do setor, o webinar discutiu o potencial do país com os biocombustíveis, o agronegócio, estratégias, investimentos e políticas, como o RenovaBio (política nacional de biocombustíveis que tem como objetivo principal promover a expansão da produção e uso de biocombustíveis na matriz de transporte do Brasil).
“Estamos vivendo um momento de transição energética para uma economia com baixa emissão de carbono. Os países estão sendo pressionados no sentido de que a recuperação pós-Covid seja feita para esse modelo de economia. Temos o Green Deal/Pacto Verde, da União Europeia (pacto ecológico que promove o desenvolvimento de energias limpas, confiáveis e acessíveis, de modo a diminuir a poluição do meio ambiente), e nos Estados Unidos, a entrada do Joe Biden, mostra modificações para acelerar essa transição econômica. No setor de transporte, o Brasil tem caminhado para ampliar o consumo de renováveis. De acordo com as premissas do RenovaBio, os biocombustíveis serão responsáveis por quase 30% do consumo no setor de transportes em 2030”, destacou durante o evento Pietro Adamo Sampaio Mendes, diretor do Departamento de Biocombustíveis, Ministério de Minas e Energia.
O mediador do evento, Gustavo Bonini, diretor institucional, Scania Latin América, chamou a atenção para a importância da sustentabilidade no setor privado. “Ser sustentável não é uma opção, hoje é uma necessidade. No setor privado, as empresas que não forem sustentáveis não vão conseguir andar com os seus negócios. As empresas precisam pensar em reduções de emissões, deixar de usar os combustíveis fosseis, e aí entra o agronegócio e os biocombustíveis. Nosso país tem a vocação para os biocombustíveis, podemos explorar toda a magnitude que temos e as diversas fontes, e aproveitar isso para o transporte e sustentabilidade. Costumo dizer que o futuro não será apenas elétrico, mas eclético”, afirmou.
Sérgio de Souza, deputado federal pelo Paraná, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária o Brasil ressaltou durante o webinar que a matriz energética no Brasil é a mais renovável do planeta, levando em consideração as proporções geográficas e densidade populacional do país. “Na matriz de combustível, temos o etanol, consolidado neste novo milênio. O Brasil desenvolveu os motores híbridos, o flex, e o etanol hoje é um sucesso internamente e avançamos nos últimos anos para o biodiesel. Já chegamos ao B10 e vamos chegar até o B20, provavelmente isso acontecerá em um momento não tão distante. Precisamos levar mensagens ao mercado interno e externo de que o Brasil, diferente do que vendem lá fora, é país que produz com uma extrema sustentabilidade”, disse o deputado.
A expertise do Brasil também foi evidenciada na fala de Cid Jorge Caldas, coordenadorgeral de Cana-de-Açúcar e Agroenergia, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; “O setor agropecuário tem nos biocombustíveis um grande potencial, mas o agronegócio é um grande gerador de energia elétrica. Se pegar o potencial que o país tem no campo, quer seja da indústria de cana-de-açúcar, indústria de papel e celulose, madeira moveleira, existe uma infinidade de matéria prima para produção de energia elétrica. Isso é um potencial muito grande”, pontuou Cid Jorge Caldas.
Segurança e qualidade
A segurança foi um dos pontos abordados por Francisco Sérgio Turra, presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil – APROBIO que falou sobre a preparação e investimentos do setor.
O Etanol e biocombustível ocupam hoje 25% da participação dos renováveis no transporte, mas ainda existe espaço grande para crescer, segundo Francisco Turra. “O setor sempre cumpriu com a demanda prometida. Planejamos os investimentos necessários para as demandas futuras, de acordo com o cumprimento de parte do governo e o que foi prometido pelo setor. Ao longo do tempo nunca falhamos. E quando nós nos programamos para exportar, também apostamos na qualidade. Um único equívoco na cadeia basta para jogar o setor no chão, tem que haver muito cuidado e manutenção da qualidade”, afirmou Turra
Confira evento na íntegra neste link.
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