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17 fev 2023 - 08:18
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Estudo inédito traça o caminho da transição energética do Brasil até 2050

O Brasil, com mais de 83% da capacidade da matriz elétrica baseada em fontes renováveis, ocupa posição de destaque no mundo e já deu importantes passos em direção à transição energética. Contudo, apesar da notável redução no setor elétrico da dependência de fontes fósseis, novas tecnologias e a transição energética no transporte, indústria e agricultura são cruciais para alcançarmos a meta de neutralidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2050. 


Além disso, é urgente uma profunda redução nas emissões decorrentes das dinâmicas do uso da terra e do desmatamento. Afinal, “se até o fim desta década o país não conseguir eliminar o desmatamento ilegal, não há viabilidade técnica e realista para zerar as emissões de GEE até 2050, como prevê o compromisso nacional no Acordo de Paris”. 


A conclusão é de um estudo inédito, coordenado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Centro de Economia Energética e Ambiental (Cenergia), da Coppe/UFRJ.


O relatório final do “Programa de Transição Energética” foi lançado oficialmente no dia 13 de fevereiro e pode ser acessado no website do CEBRI. O trabalho apresenta três cenários distintos de transição energética para o país até 2050: “Transição Brasil”, “Transição Alternativa” e “Transição Global”. Os cenários são usados para explorar diferentes opções de mitigação de emissões, apresentando trajetórias de emissão convergentes com o objetivo de neutralidade de carbono no Brasil até meados do século.


Os cenários “Transição Brasil” (TB) e “Transição Alternativa” (TA) são construídos com base nos compromissos assumidos pelo país em sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês), buscando indicar trajetórias custo-eficientes a partir de diferentes perspectivas sobre como evoluem as políticas públicas, os consensos sociais, os comportamentos de empresas e consumidores. Eles também consideram o desenvolvimento e difusão de novas tecnologias.


Já no cenário “Transição Global” (TG), a trajetória de descarbonização é moldada a partir da contribuição do Brasil em um mundo alinhado para limitar o aumento médio da temperatura global em até 1,5°C.


Matriz elétrica composta por fontes renováveis
Os três cenários de descarbonização incorporam as mudanças estruturais para os setores de oferta e demanda de energia, bem como de uso da terra (agropecuária e florestas), necessárias para se alcançar a neutralidade climática no Brasil em 2050. 


Para os cenários TB e TA seriam evitadas, aproximadamente, 30 bilhões de toneladas equivalentes de CO2 até 2050. Para o cenário TG, o esforço de mitigação de emissões é ainda maior, alçando cerca de 40 bilhões de toneladas equivalentes de CO2 no período.


Como atingir a neutralidade em GEE

Para que a neutralidade em emissões GEE seja alcançada no horizonte de 2050, é necessário atingirmos emissões negativas de CO2 (o principal GEE) já em torno de 2035-2040. Ou seja, uma década antes do momento de alcance da neutralidade em GEE no país. Isso será possível principalmente por meio de uso relevante de BECCS (Bioenergy with Carbon Capture and Storage), com a produção de biocombustíveis associada à tecnologia de captura e armazenamento de dióxido de carbono. Nos três cenários de descarbonização, as emissões de CO2 se tornam negativas em torno de 500 milhões de toneladas, para dimensionar o tamanho da ambição.


Os primeiros resultados do estudo apontam uma série de desafios para o Brasil alcançar a neutralidade em carbono até 2050: tendência de crescimento na demanda por energia; necessidade de se atualizarem e se criarem marcos regulatórios para a transição energética; e o fato de novas tecnologias e infraestruturas ainda demandarem desenvolvimento, escala e competitividade.


“O Programa de Transição Energética é importantíssimo para a EPE e para o estado brasileiro, pois contribui para formar consensos sobre dilemas, incertezas, desafios e oportunidades para os stakeholders e para a sociedade como um todo. Ao adotar uma abordagem com múltiplos participantes, permite também ratificar ou contestar condicionantes ou informações específicas para o processo de delinear cenários e trajetórias”, disse o presidente da EPE, Thiago Barral.


“O Brasil pode se posicionar como um hub energético regional e até mesmo global, em uma transição energética justa, inclusiva e eficiente. Para avançar nesta direção, será necessário aprimorar e criar marcos legais e regulatórios adequados e mobilizar grandes investimentos. O BID está pronto para continuar apoiando técnica e financeiramente nesses dois eixos fundamentais para catalisar esse processo”, completou Morgan Doyle, representante do Grupo BID no Brasil.


Custo de compensação pode chegar a US$ 3,4 trilhões
Face à necessidade de atingirmos emissões negativas de CO2 em 2040, na ausência de eliminação das emissões oriundas de desmatamento e mudança do uso da terra, o setor energético precisaria compensar parcialmente as emissões destas fontes e, ao mesmo tempo, lidar com as emissões remanescentes de GEE dos setores de difícil abatimento de emissões (hard-to-abate), como transporte de carga a longa distância e processos industriais carbono-intensivos, tornando a transição energética ainda mais onerosa e, portanto, um fator de perda de competitividade.


Desta forma, caso o país não consiga eliminar o desmatamento ilegal nesta década, torna-se tecnicamente inviável que as emissões de GEE sejam zeradas em 2050, fazendo com que o país tenha de compensar suas emissões, se transformando em comprador (e não um vendedor) de créditos de carbono.


De acordo com o relatório, eliminar o desmatamento ilegal significa evitar o lançamento na atmosfera de 21 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa até 2050. Caso isso não aconteça, o Brasil terá de arcar com um custo de compensação de até US$ 3,4 trilhões para atingir os compromissos assumidos por sua Contribuição Nacionalmente Determinada, considerando as perspectivas mais elevadas de preços de carbono no longo prazo.


O perfil de emissões no Brasil é completamente distinto do perfil global. No mundo, o setor energético representa 76% das emissões totais líquidas de gases de efeito estufa. Já no Brasil, onde quase metade da matriz é renovável, esse setor representa apenas 31% das emissões líquidas e 18% das emissões brutas. O setor elétrico é responsável por menos de 3% das emissões totais.


Fontes renováveis terão participação superior a 70% na matriz energética


Ao avaliar a matriz energética, o documento traz insights importantes para as próximas décadas. A demanda de energia primária, por exemplo, passará de 268 milhões de teps (toneladas equivalentes de petróleo) em 2020, para cerca de 400 milhões de teps em 2050. Em contrapartida, haverá queda da utilização de combustíveis fósseis e aumento do uso de fontes renováveis com destaque para os biocombustíveis avançados. O estudo também indica que as fontes renováveis superarão a participação de 70% na matriz energética primária.


Nos três cenários, até os anos de 2030, o etanol e o biodiesel, biocombustíveis convencionais, responderão pela maior parcela da oferta de bionergia. Porém, o estudo destaca que, a partir de 2040, ganham destaque os biocombustíveis avançados, produzidos por meio de diversas rotas tecnológicas, tais como: o diesel verde, o bioquerosene de aviação, a gasolina verde e os biocombustíveis para uso marítimo.


Fonte: Além da Energia


Confira aqui a íntegra do Relatório.

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