Trabalho liderado pelo centro de pesquisa BEST se concentrou em cinco países, entre os quais o Brasil
Os biocombustíveis já são, e continuarão a ser pelo menos até 2030, os principais protagonistas da redução das emissões de carbono no setor de transporte em diversos países, aponta estudo liderado pelo centro de pesquisa BEST (Bioenergy and Sustainable Technologies) a ser apresentado no evento internacional “Biofuture Summit II e Brazilian Bionergy Science and Technology Conference (BEST)”, que terá início na segunda-feira no país com promoção do Itamaraty e da Fapesp.
Segundo informações do estudo destacadas por Fapesp e Itamaraty, esse efeito positivo dos biocombustíveis sobre a emissão de gases deverá durar pelo menos até 2050. Na Finlândia e na Suécia, o protagonismo tende a perdurar até 2040, quando os carros elétricos já deverão liderar a frota de veículos. Estados Unidos e Alemanha também são beneficiados.
Dina Bacovsky, pesquisadora do BEST, mostrará, em sua apresentação, que para os cinco países citados atingirem suas metas de redução de emissões de carbono no setor de transporte viário até 2050 será necessário que adotem várias medidas simultaneamente. Entre elas estão a redução da demanda por transporte viário, o aumento da eficiência dos veículos, a adição de biocombustíveis aos combustíveis fósseis, a adoção de eletricidade gerada por fontes renováveis e o uso de hidrogênio obtido a partir de fontes renováveis, como o etanol.
De acordo com Itamaraty e Fapesp, o estudo contou com a participação de 20 especialistas de sete países e se concentrou no impacto de combustíveis como etanol, metanol, álcoois superiores (butanol, por exemplo), éteres, biodiesel e metano. Também mediu o impacto da redução de hidrocarbonetos nos combustíveis vigentes.
“A partir do levantamento nos cinco países, é possível afirmar que todos têm recursos em plantações suficientes para a produção de biocombustíveis em larga escala para substituir em até 30% a demanda de combustível fóssil para o setor de transporte até, pelo menos, 2060. Entre os recursos possíveis, foram citados plantações voltadas à produção de energia (como cana-de-açúcar e milho), resíduos de safras, resíduos orgânicos de processos diversos, biogás, lenha, resíduos de construção e sobras de madeira”, realçaram Itamaray e Fapesp.
O estudo está disponível em www.iea-amf.org e em www.ieabioenergy.com
Fonte: Valor
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