Por Francisco Turra, presidente da APROBIO e do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal, ex-ministro da Agricultura e Abastecimento
Nos últimos tempos, tenho sido procurado por jovens que buscam novos caminhos na profissão. Muitos planejam abrir as portas de um novo negócio. Querem ir em frente, empreender. Sou cuidadoso nas respostas, pois minha experiência, construída ao longo dos anos de atuação nas gestões pública e privada, deu-me uma certeza: o tratamento dado ao empreendedor produz resultados bem definidos.
Para entender o empreendedor, precisamos ir à origem da palavra francesa entrepreneur, que designa aquele que assume riscos e tem iniciativa
Parto da experiência pessoal para chegar à forma como os nossos governos tratam os empreendedores. A verdade é que o estímulo gera resultados positivos. E ele não precisa, necessariamente, estar associado a recursos financeiros. Muitas vezes é mais importante desburocratizar, diminuindo as exigências da máquina governamental, ou dar orientação e perspectivas para quem vai se arriscar no mundo dos negócios.
Para entender o empreendedor, precisamos ir à origem da palavra francesa entrepreneur, que designa aquele que assume riscos e tem iniciativa. Se o risco já é intrínseco à atividade de quem cria uma forma de gerar riqueza, imagine se ele ainda tiver contra si as deficiências de um Estado que só quer arrecadar cada vez mais.
Minha experiência diz que ignorar o espírito empreendedor, onerar a criação de novas empresas, dificultar e maltratar produz resultados negativos. Ou nada produz. Basta ver que há países, Estados, municípios e empresas tão desiguais e que escondem um mistério: por que alguns vão muito bem e outros fracassam? De um lado a prosperidade, o avanço constante, e, de outro, o atraso e a falência.
Percebo que para a consolidação do desenvolvimento não há necessidade de milagres nem de generosidades. É necessária a cultura do respeito, do estímulo. Tudo isso pode ser constatado especialmente nos municípios. Constatamos que em uma mesma região com condições semelhantes, de um lado há o progresso e, de outro, a estagnação. Tal efeito pode ser verificado em países ou Estados também, não há nada diferente. O milagre da multiplicação não se repete. Mas o milagre de um gesto e do estímulo sempre faz a diferença.
Fonte: GZH
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