Governo brasileiro diminuiu teor de biodiesel no óleo diesel
A produção e o consumo mundial de biocombustíveis líquidos diminuíram de forma significativa em 2020, devido às restrições de mobilidade e à queda da atividade econômica. Para 2021, a previsão é de um aumento no consumo da ordem de 5% a 8%, impulsionado pela formulação de políticas públicas que incentivam o uso.
De acordo com o “Atlas dos biocombustíveis líquidos 2020-2021”, recentemente publicado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em 2020 as matérias-primas mais utilizadas na produção de biodiesel foram os óleos vegetais, entre os quais se destacam o de palma (32%), o de soja (26%) e o de canola (15%). Os 27% restantes correspondem a outras matérias-primas, como os óleos vegetais usados, gorduras animais e outros óleos vegetais virgens. Milho e cana-de-açúcar foram as matérias-primas mais utilizadas na produção de bioetanol, com uma participação de 63% e 30%, respectivamente.
Na contramão do planeta, o presidente Jair Bolsonaro aprovou a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de reduzir o teor do biodiesel no óleo diesel de 13% para 10%. A mudança vale para o 82º Leilão de Biodiesel, destinado ao suprimento de novembro e dezembro de 2021.
A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) considera a decisão como o maior retrocesso já aplicado à Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). “Cada 1% de biodiesel que se adiciona à mistura do diesel significa milhões em investimentos e bilhões a mais para o PIB do país. Cada 1% significa empregos para milhões de brasileiros e renda para milhares de famílias”, explica Francisco Turra, presidente do Conselho de Administração da Aprobio.
Fonte: Monitor Mercantil
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