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20 mai 2020 - 09:00
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Emissões de carbono devem ter nível mais baixo desde a Segunda Guerra Mundial

Como previsto pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), as emissões de dióxido de carbono sofreram uma queda brusca durante a pandemia de Covid-19. Mas se crises anteriores forem levadas em consideração, os ganhos para o meio-ambiente podem ter vida curta. 


Um estudo internacional sobre emissões mundiais de carbono revelou que as emissões diárias caíram 17% entre janeiro e o início de abril deste ano, em comparação com os níveis médios registrados em 2019. No total, até o final de 2020, essa redução deve ficar entre 4,4% e 8%, dentro da margem de erro dos 6% previstos pela OMM. 


Estes números representariam a maior redução das emissões de carbono desde a Segunda Guerra Mundial, segundo artigo publicado nesta terça (19) pelo grupo de pesquisadores na revista Nature Climate Change. 


Ainda não está claro por quanto tempo se estenderá ou o quão severa será a pandemia do novo coronavírus, o que torna ainda mais difícil para os cientistas prever como as emissões serão afetadas a longo-prazo. Mas como as causas de declínio dos números não são mudanças permanentes na economia ou nas fontes de energia e combustíveis do planeta, existe uma grande chance de que as quedas sejam temporárias.  


Além disso, 2020 continua na briga para ser um dos cinco anos mais quentes já registrados no planeta. 


“Eu não posso celebrar uma queda nas emissões causada pelo desemprego e por comportamento forçado”, disse à CNN Rob Jackson, um dos coautores do estudo e professor no departamento de Sistemas Científicos da Terra na Universidade de Stanford. 


Pesquisadores criaram índice de lockdown 


O estudo publicado nesta terça levou em conta dados de 69 países, todos os 50 estados americanos e 30 províncias chinesas, o que engloba 85% da população mundial e 97% da emissão de dióxido de carbono. 


Não existem informações em tempo real sobre as emissões de carbono, então os pesquisadores tiveram que desenvolver seu próprio algoritmo. Eles criaram um índice de confinamento com base na severidade das políticas nacionais para a pandemia.


Segundo esse índice, o número 0, mais baixo na escala, representava a ausência de diretrizes naquele território. Já o número 3, o mais alto, indicava o lockdown mais restrito, com imposição de multas para os que não permanecessem em casa e economia totalmente paralisada. 


Os cientistas usaram esse parâmetro para examinar dados diários de seis setores da economia que contribuem para emissões diárias de carbono, incluindo transporte, aviação, indústria e comércio. Com o índice de confinamento apontando a severidade da quarentena aplicada e os dados gerais sobre a queda de atividades emissoras de carbono, eles puderam prever qual a porcentagem de redução nas emissões diárias. 


Em primeiro lugar, as reduções foram causadas pela menor quantidade de pessoas dirigindo -- a atividade de transporte entre janeiro e abril caiu 50% em comparação ao mesmo período no ano passado. Mas o declínio mais significativo aconteceu na aviação, com 75% menos atividade que em 2019 -- apesar de representar uma fatia menor nas emissões globais de carbono, segundo Jackson. 


Nos primeiros quatro meses do ano, 1.048 toneladas de carbono deixaram de ser emitidas, de acordo com estimativas da pesquisa. A China, país em que foi registado o início da pandemia, foi responsável pela maior queda, cerca de 266 toneladas. Nos Estados Unidos, o declínio foi de cerca de 228 toneladas. Os dois são os maiores responsáveis pelas emissões de carbono no mundo. 


Depois da pandemia


Se essas mudanças serão duradouras ou farão a diferença para frear as mudanças climáticas, irá depender de como o mundo agirá depois que a pandemia acabar.


Até o final do ano, as emissões terão sofrido sua queda mais significativa em mais de uma década, mas isso é o resultado de mudanças forçadas, e não da reestruturação das economias globais e suas fontes energéticas. 


De acordo com as projeções de Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU), para evitar que as temperaturas subam mais que 1,5 graus celsius nos próximos anos, nós precisamos reduzir as emissões de carbono em 7,6% todos os anos entre 2020 e 2030. 


E para permanecer abaixo dos 2 graus de aquecimento, o que os cientistas consideram vital para evitar os impactos mais devastadores da mudança climática, precisamos continuar reduzindo as emissões em 2,6% ao ano, como estabelecido pelo acordo de Paris, assinado em 2015. 


“Infelizmente, crises anteriores sugerem que essas emissões irão subir novamente”, previu Jackson. 


Ele comparou a atual pandemia com a recessão econômica de 2008-2009, quando as emissões globais de carbono caíram 1,4%. Depois, em 2010, os números avançaram 5%, como se nada tivesse mudado. 


Segundo Jackson, existiu uma crise que alterou as bases da estrutura econômica: a crise de petróleo dos anos 1970, em que a queda na oferta do produto levou a uma elevação dramática nos preços dos combustíveis derivados. 


O abalo energético levou empresas manufatureiras a produzir carros mais econômicos e desenvolver projetos com energia eólica e solar. Mesmo com esse exemplo, segundo ele, nós não podemos contar com uma pandemia para resolver nossos males climáticos. 


“Crises não resolvem o problema do clima”, declarou ele a CNN. “Elas nos dão apenas um ou dois anos a mais de tempo, no máximo.” 


O transporte, segundo o professor, é um dos setores mais desafiadores para mudanças. A maior parte das pessoas continua dirigindo carros movidos a gasolina. 


Segundo ele, agora é o momento de abraçar a oportunidade de “iniciar a eletrificação de nossa mobilidade e transporte”, já que cidades estão fechando suas vias para que pedestres e ciclistas possam usá-las e o vírus pode deixar as pessoas mais receosas para usar o transporte público. 


Ainda não está claro como a sociedade irá mudar diante do novo coronavírus, mas para evitar uma mudança climática devastadora, “nós precisamos eletrificar o transporte rapidamente, atrelado ao uso de energia limpa”, disse Jackson. 


“Os céus azuis que as pessoas tem visto enquanto nossos carros permanecem estacionados mostraram às populações o que poderíamos ter todos os dias dirigindo carros movidos a energia limpa ou andando e pedalando.”


Fonte: CNN Brasil

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