“O Brasil manteve, ao longo dos anos, a ‘renovabilidade’ de sua matriz energética que hoje está entre as mais limpas do mundo”, elogiou o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque durante o encontro que celebrou os 10 anos de existência da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio). Para prosseguir nessa rota, contudo, será preciso aumentar uma “maior utilização de renováveis no setor de transportes”. “Nesse sentido o Brasil conta com uma política nacional de biocombustíveis que considero um patrimônio da sociedade brasileira”, completou.
Ativo desde o final de 2019, RenovaBio é – nas palavras de Bento – um dos maiores programas do mundo para a descarbonização da matriz de transportes em todo mundo. “[O RenovaBio] estabeleceu o primeiro mercado de créditos de carbono em operação no Brasil”, diz apresentando que, apenas ano passado, esse mercado movimentou aproximadamente R$ 650 milhões.
“O setor de biodiesel tem dado contribuições importantes não só para o Renovabio, mas também para a sustentabilidade da matriz energética brasileira”, destacou ressaltando a maturidade que a indústria atingiu ao longo dos últimos anos. “O pacto energético brasileiro sobre biocombustíveis tem como objetivo a redução da intensidade de carbono na matriz de transportes brasileira em 10% até 2030. Isso equivale a 620 milhões de toneladas de carbono evitadas”, concluiu.
Combustível do Futuro
O ministro Bento ressaltou também o recente lançamento do programa Combustível do Futuro pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “O principal objetivo é propor medidas para incrementar a utilização de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono e o desenvolvimento de tecnologias veiculares nacionais com vista à descarbonização”, prossegue.
Entre as iniciativas que o novo programa pretende tirar o papel está a expansão de novas opções ao diesel fóssil, como a criação de “corredores verdes” que permitirão o uso de biometano e gás natural para o abastecimento de veículos pesados. “Também trataremos de biocombustíveis líquidos sustentáveis como o biodiesel, o diesel verde e os combustíveis sintéticos”, explicou acrescentando que devem ser criadas condições para a introdução do bioquerosene de aviação no país.
Liderança
Além de antecipar a importância que os biocombustíveis terão no processo de transição energética do Brasil, o ministro também aproveitou a oportunidade para destacar tanto a liderança do fundador e ex-presidente da Aprobio, Erasmo Battistella, quanto o potencial que a eleição de Francisco Turra para comandar a entidade tem para reforçar ainda mais a atuação do setor de biodiesel. “Estou certo que sua experiência e reconhecida competência trarão grandes contribuições ao setor”, elogiou.
No evento realizado ontem, Francisco Turra assumiu oficialmente a presidência do Conselho de Administração da Aprobio. Ele foi eleito para o cargo em meados de junho.
Fonte: Biodieselbr
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