*Reprodução do texto de introdução do WORLD ENERGY TRANSITIONS OUTLOOK 2022
As crises recentes ressaltam a necessidade premente de acelerar o mercado global de transição energéticas ia transição. Os acontecimentos dos últimos anos acentuaram o custo para a economia global de um sistema centralizado de energia altamente dependente de combustíveis fósseis. Os preços do petróleo e do gás estão subindo a novas máximas, com a crise na Ucrânia trazendo novos níveis de preocupação e incerteza.
A pandemia de COVID-19 continua a dificultar os esforços de recuperação, enquanto os cidadãos em todo o mundo se preocupar com a acessibilidade de suas contas de energia. Ao mesmo tempo, os impactos das mudanças climáticas causadas pelo homem são cada vez mais evidentes em todo o mundo.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta que entre 3,3 e 3,6 bilhões de pessoas já vivem em ambientes altamente vulneráveis às mudanças climáticas. As intervenções de curto prazo para melhorar os desafios imediatos devem ser acompanhadas por um foco firme em uma transição energética bem-sucedida no médio e longo prazo.
Os governos hoje assumem a desafiadora tarefa de enfrentar agendas aparentemente opostas de segurança energética, resiliência e energia acessível para todos. Diante da incerteza, os formuladores de políticas devem ser guiados pelos objetivos abrangentes de deter as mudanças climáticas e garantir o desenvolvimento sustentável. Qualquer outra abordagem, destacadamente o investimento em novas infraestruturas para combustíveis fósseis, apenas perpetuará os riscos existentes e aumentará as ameaças há muito estabelecidas das mudanças climáticas.
Dado o ritmo e o alcance inadequados da transição, qualquer ação menos radical e imediata diminuirá – possivelmente eliminará – a chance de permanecer no caminho de 1,5°C ou mesmo 2°C.
Em 2021, a IRENA enfatizou a importância de uma ampla mudança na trajetória atual em todos os usos de energia. Embora algum progresso tenha sido feito, está lamentavelmente aquém do que é necessário. Os esforços de estímulo e recuperação associados à pandemia também provaram ser uma oportunidade perdida, com apenas 6% dos US$ 15 trilhões de financiamento para recuperação em 2020 e 2021 sendo canalizados para energia limpa.
A aceleração da transição energética também é essencial para a segurança energética a longo prazo, estabilidade e resiliência nacional. Cerca de 80% da população global vive em países que são importadores de energia. Com a abundância de potencial renovável ainda a ser aproveitado, essa porcentagem pode ser drasticamente reduzida.
Uma mudança tão profunda tornaria os países menos dependentes da energia importações através de opções de oferta diversificadas e ajudaria a dissociar as economias de grandes oscilações nos preços dos combustíveis fósseis. Esse caminho também criaria empregos, reduziria a pobreza e promoveria a causa de uma economia global inclusiva e segura para o clima.
Revisar os planos, políticas, regimes fiscais e estruturas do setor de energia que impedem o progresso é uma escolha política. A cada dia que passa, o custo da inação vai mais à frente do custo da ação. Desenvolvimentos recentes demonstraram que os altos preços dos combustíveis fósseis, na ausência de alternativas, resultam em pobreza energética e perda de competitividade industrial. Mas no final é a vontade política e determinação que irão moldar o caminho de transição e determinar se isso levará a um mundo mais inclusivo, equitativo e estável.
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