Expectativa é levantar cerca de R$ 1 bilhão com o lançamento, que deve ser voltado para investidores qualificados
A Delta Energia Administração de Recursos, gestora do grupo Delta Energia, planeja montar um fundo de projetos do setor elétrico que tenham boas práticas sociais, ambientais e de governança (conhecidos como ESG, na sigla em inglês). A expectativa é levantar cerca de R$ 1 bilhão com o lançamento, que deve ser voltado para investidores qualificados.
A iniciativa faz parte dos esforços da gestora para captar R$ 5 bilhões, em cinco anos. Até o momento, a empresa tem cerca de R$ 2 bilhões sob gestão, com cinco produtos. Para atingir o objetivo, a companhia optou por trazer executivos do mercado financeiro para sua alta administração.
O ex-diretor de distribuição do Bradesco BBI Rogério Queiroz assume a presidência da gestora, em substituição a Luiz Fernando Vianna. Além de Queiroz, a Delta também anunciou a escolha de Alberto Zoffmann para vice-presidente responsável pela área de produtos. O executivo até então atuava na área de gestão de portfólio da Quasar Asset Management.
Segundo Zoffman, a ideia de lançar um fundo ESG é uma tentativa de aliar o conhecimento do grupo Delta sobre o mercado de energias renováveis com a demanda de investidores por esses projetos, em meio ao cenário de alta liquidez. “Estamos casando uma demanda do público-alvo com uma demanda de quem está tomando os recursos”, diz.
No momento, a Delta está na fase de seleção do grupo de coordenadores do fundo e a previsão é que o lançamento ocorra no segundo semestre, dentro de uma “janela adequada de captação”, de acordo com os executivos. A rentabilidade deve ser compatível com outras opções similares no mercado, segundo Queiroz, que hoje têm um “dividend yield” (proporção de dividendos pagos pelo valor das cotas) na faixa de 7,5% a 8%.
“Esse fundo vai ter uma rentabilidade suficiente também para atrair o investidor institucional, em função dessa taxa de juros supercomprimida que estamos vendo, da alta liquidez desse investidor e do tipo de ativo que vamos oferecer”, afirma Queiroz.
Zoffman lembra que, mesmo antes da crise, muitos investidores institucionais já seguiam mandatos para selecionar projetos que respeitem as boas práticas nesses temas. Contudo, a pandemia de covid-19 despertou um maior interesse sobre o respeito às medidas sociais, ambientais e de governança. “Cada vez mais está havendo uma conscientização com relação a esses temas em toda a comunidade de investidores, sejam institucionais ou na indústria de private banking, que na ponta final tem pessoas físicas. Isso está muito presente hoje na cabeça e na cultura de investimentos de todos”, acrescenta Queiroz.
A ideia é que componham a carteira principalmente projetos de geração solar, eólica e pequenas centrais hidrelétricas. O grupo não descarta a inclusão de ativos de transmissão, mas deve focar em projetos de geração, pela oportunidade de aliar o crescimento do mercado livre de energia com a experiência do grupo Delta na área de comercialização. “O Brasil é um país hoje privilegiado do ponto de vista de potencial de geração de energias renováveis. São projetos extremamente rentáveis. O mercado de capitais vai ser um protagonista importantíssimo para o financiamento desses projetos nos próximos anos”, afirma Queiroz.
Os executivos lembram que a previsão é que o setor demande R$ 365 bilhões em investimentos até 2030. “Hoje, existe mais projeto e demanda do que recursos”, diz Zoffman.
Fonte: Valor
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