Conselheiro convidado do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, Erasmo Carlos Battistella, Presidente da Be8, apresentou na primeira reunião do Grupo de Trabalho Transição Energética, nesta quinta-feira (13/07), uma proposta de 10 ações para compor um Plano Nacional de Transição Energética com o alvo até 2050 (PNTE 2050). O objetivo é que esta seja uma grande plataforma de investimento desse setor estratégico até 2050.
As propostas envolvem ações direcionadas para produção, uso e exportação de Biodiesel, Etanol, Biocombustíveis Avançados, Hidrogênio, Biogás e Biometano. Também aborda aspectos que envolvem descarbonização do setor petroquímico, financiamento verde, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e o mercado de carbono. A ideia é que o PNTE 2050 seja compartilhado com os países membros do Mercosul para que estimule o uso de biocombustíveis na região de forma integrada.
A indicação também é que o programa macro e transversal de transição energética seja apresentado durante a 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP 28) com o objetivo de reforçar a posição protagonista do país nesse novo momento na energia global, transformando o evento numa plataforma de atração de investimentos para esse setor estratégico do país.
“Todos os temas têm elevada pluralidade e um aspecto multidimensional importante, que são condições capazes de promover desenvolvimento econômico, sustentável e com impactos positivos ao meio ambiente. Os biocombustíveis e combustíveis de baixo carbono são oportunidade de mercado com elevada maturidade técnica e prontos para serem introduzidos com baixo custo de transição em comparação aos veículos elétricos, sem demandar a antecipação de investimentos e forçar uma renovação de frotas”, explicou Battistella.
Além de contar com uma capacidade já instalada de produção, os biocombustíveis usam as mesmas infraestruturas de distribuição, de logísticas e de tancagem que movimentam os combustíveis fósseis. Além disso, são uma solução competitiva pronta para uso para promover a transição energética e a descarbonização.
“Tomei a liberdade de oferecer essa pauta ao grupo de trabalho para superarmos no curto prazo os desafios da transição energética ao mesmo tempo em que beneficia o país e sua sociedade no desenvolvimento sustentável, com saúde, proteção ao meio ambiente e crescimento econômico e de emprego”, explicou Battistella.
Ele destacou no documento que “vivemos um ponto alarmante no planeta, com o registro de recordes constantes de temperaturas médias e especialistas estimam que esse indicador pode ser superado mais vezes ainda este ano”. O alerta da Organização Mundial Meteorológica das Nações Unidas indica que há 66% de chances de a média anual de aquecimento ultrapassar 1,5 °C entre 2023 e 2027, limite apontado como seguro no Acordo de Paris.
De acordo com o empresário, “a transição energética é mais do que um plano de trabalho. Ela depende do senso de urgência de toda uma sociedade para a real compreensão da dimensão dos impactos da mudança climática. Há tempo para mudança, mas ele é um recurso escasso”.
O Brasil é reconhecidamente uma potência global verde e a bioenergia ocupa relevante papel no curto, médio e longo prazos. Fontes de energia de qualidade, ambientalmente sustentável e que promovam a redução nas emissões de gases de efeito estufa são oportunidades para o desenvolvimento do país.
“Somos exemplo de matriz energética limpa com opções para aumentar a atividade econômica, agregando valor à sua grande produção agrícola e ainda promovendo a sua expansão de forma completamente sustentável, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e gerando renda e qualidade de vida para a população”, completou.
Confira aqui as propostas.
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