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28 jun 2021 - 09:38
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Clima, biodiversidade e desenvolvimento

Nos círculos científicos e políticos há uma conscientização crescente de que duas das questões mais prementes do chamado Antropoceno, as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, estão interconectadas. Na prática, contudo, os dois desafios continuam a ser em boa medida enfrentados separadamente. O risco é de que um passo adiante numa direção implique dois passos atrás em outra.


Pela primeira vez as duas principais organizações dedicadas a esses temas – o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e a Plataforma Intergovernamental de Ciência e Políticas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPCC e IPBES, nas siglas em inglês) – se reuniram para apresentar uma avaliação conjugada. O relatório mostra que é possível solucionar as duas crises juntas – ou aprofundar ambas.


Exemplos de sinergia incluem ações para proteger a biodiversidade que simultaneamente contribuem para a mitigação das mudanças climáticas, ou para ações voltadas para incrementar a adaptabilidade de espécies e ecossistemas a essas mudanças. Por outro lado, pode haver desequilíbrios. O uso de terras e do oceano para absorver gases de efeito estufa, por exemplo, resulta na perda de biodiversidade ou de outros benefícios naturais dos ecossistemas afetados.


O relatório identifica diversas ações focadas na mitigação climática deletéria para a biodiversidade, como as grandes monoculturas voltadas para a bioenergia; o reflorestamento com árvores exóticas ao ecossistema local; ou algumas energias renováveis (como as baseadas em baterias) que desencadeiam surtos de mineração não sustentável.


Muitas estratégias passam pela adoção de “Soluções baseadas na Natureza”. Uma abordagem integrada para as terras utilizadas para bioenergia, por exemplo, seria incluir plantações e pastagens ao redor de painéis solares, gerando, a um tempo, comida e energia limpa e benefícios aos polinizadores e outras espécies selvagens. Baterias alternativas e sistemas eficientes de reciclagem dos recursos minerais também precisam ser considerados.


Por definição, as “Soluções baseadas na Natureza” são simultaneamente benéficas ao meio ambiente e ao bem-estar humano. Mas o relatório adverte que a extensão de seu efeito para a mitigação climática ainda é incerta, e que elas são mais eficazes quando planejadas a longo prazo e não estreitamente focadas na rápida captura de carbono. Em outras palavras, reduções ambiciosas das emissões de gases de efeito estufa ainda são indispensáveis.


Entre as soluções mais óbvias, simples e baratas para beneficiar tanto as mudanças climáticas quanto a biodiversidade estão o freio à degradação e a restauração de ecossistemas ricos em carbono e em espécies – como a Amazônia e a Mata Atlântica. Estes sistemas têm capacidade para absorver 60% das emissões causadas pelo ser humano, com muitos outros benefícios, como regulação das chuvas, proteção costeira, mais qualidade da água, menos erosão do solo e a polinização.


O Fórum Econômico Mundial estima que o investimento na natureza pode gerar até 395 milhões de empregos até 2030. Segundo o Fundo Monetário Internacional, cada US$ 1 empregado no combate às mudanças climáticas e à perda de biodiversidade pode gerar US$ 7 de retorno.


A pandemia expôs dramaticamente a interconexão entre o ser humano e o meio ambiente e ofereceu uma oportunidade única de requalificá-la. É literalmente vital que os pacotes de recuperação levem em conta a necessidade de, por um lado, desestimular subsídios prejudiciais à biodiversidade e, por outro, estimular práticas agrícolas e hábitos de consumo sustentáveis.


“Solucionar alguns dos mais fortes e aparentemente inevitáveis desequilíbrios entre o clima e a biodiversidade conduzirá a uma mudança coletiva e profunda de valores”, concluiu Hans-Otto Pörtner, coautor do relatório, “tal como superar a concepção do progresso econômico baseado exclusivamente no crescimento do PIB, para uma que equilibre o desenvolvimento humano com valores múltiplos da natureza em prol de uma boa qualidade de vida, sem transgredir os limites biofísicos e sociais.”


Fonte: Estadão

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