A Caramuru Alimentos ganhou mercados depois de um amplo trabalho de monitoramento ambiental e social das 14 mil propriedades produtoras que lhe fornecem grãos. A empresa, que atua em processamento de soja, milho e girassol e nos segmentos de consumo, nutrição animal, industrial e biocombustíveis, exporta agora também para Canadá, Austrália, México e Equador.
“A demanda por sustentabilidade antecede a conversa sobre o produto. Os compradores querem saber como ele é feito e de onde vem”, diz Davi Depiné, diretor de Fomento. Após três anos consultando listas de embargos ambientais e de trabalho análogo à escravidão, a empresa utiliza, desde 2019, uma plataforma da agtech Agrotools que oferece imagens de satélite e ampla base de dados para descartar sobreposição de lavouras e unidades de conservação e terras indígenas, embargos de CPF por questões ambientais ou sociais e desmatamentos recentes.
Hoje, dos 5,5 mil produtores com os quais a Caramuru se relaciona, 74% atingiram o nível máximo de
conformidade. O plano é chegar a 100% em março de 2021.
Alavanca
Com mais clientes, a Caramuru espera ver sua receita de exportação crescer até 15% em 2021. Neste ano, o faturamento total deve se aproximar dos R$ 5,9 bilhões, quase R$ 1,7 bilhão ou 39% a mais do que em 2019 – os derivados de soja são 89% do total. O incremento de 2020 virá, em boa medida, da valorização do dólar ante o real, já que 49% do faturamento resulta de vendas externas.
Foco na demanda
O monitoramento da cadeia produtiva permitirá à empresa acelerar outro importante projeto: identificar mais produtores de soja não transgênica, com forte demanda internacional. “O uso da tecnologia é importante porque um cliente do grão convencional é mais exigente do que o do transgênico”, explica Depiné. A meta é ampliar em até 20% o volume originado do grão convencional na safra 2020/21, para um total de 738 mil toneladas. A soja não transgênica representa 30% do total de soja adquirido pela Caramuru.
Fonte: Estadão
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