A 39ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva das Oleaginosas e Biodiesel (CSOB) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), presidida pelo diretor superintendente da APROBIO, Julio Cesar Minelli, destacou nesta quinta-feira (03/12) a importância de avançar nas políticas setoriais e ações pela promoção do aumento do processamento de soja.
Uma Força Tarefa da Câmara, reunindo profissionais de vários setores e entidades, elaborou uma Agenda de Inovação para a Cadeia Produtiva de Biodiesel e trabalha na definições de ações para atingir a meta de aumentar o percentual da soja processada dos 35% atuais para 65% do volume colhido até 2028, e assim agregar valor à produção agrícola, contando com o crescimento sustentável da demanda de biodiesel nos próximos 10 anos.
A prioridade reflete a importância de intensificar a industrialização da soja, fortalecendo o valor agregado à cadeia com mais processamento para produzir mais farelo e óleo, gerando emprego e alimento no país e reforçando a produção de biodiesel e a exportação de carne.
Bruno Galvêas Laviola, Supervisor do Núcleo de Desenvolvimento Institucional (NDI) da Embrapa Agroenergia, demonstrou preocupação quanto à evolução das ações operacionais de órgãos públicos para cumprir a meta. “A Agenda de Inovação tem que chegar aos agentes públicos que podem tomar as decisões”, sugeriu.
A importância na busca de realizar as ações previstas e propor novas medidas foi consenso entre os membros do colegiado, que definiu seguir com a articulação e envolver também outras Câmaras Setoriais impactadas na cadeia produtiva.
Complexo Soja
André Nassar, Presidente Executivo da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (ABIOVE), fez ampla análise dos movimentos observados no mercado do complexo soja (incluindo grãos, óleo e farelo) e a produção de biodiesel em 2020 influenciados pela pandemia, alta do dólar e aumento da exportação, além de anunciar a expectativa de recorde de produção da oleaginosa para o próximo ano, mas ainda sob risco da falta de chuvas.
“A margem do processamento (esmagamento) da soja está estreitamente ligada ao desempenho do biodiesel, que estimula o investimento nesta atividade”, explicou Nassar na apresentação. Quanto às mudanças recentes na regulamentação dos leilões de biodiesel, Nassar também ponderou que “a possibilidade de importação de óleo, e até de biodiesel, terá forte impacto na margem para a atividade de esmagamento, reduzindo seus investimentos”. Ele destacou ainda a importância da produção de farelo para a geração de emprego no país.
Gorduras animais
Decio Coutinho, Presidente Executivo da Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA) fez uma apresentação sobre a cadeia de reciclagem animal e seus produtos, entre eles farinhas, gelatinas, hemoderivados e gorduras animais, e a disponibilidade dessas no ano de 2020 e a previsão para os próximos anos, especialmente em 2021, matéria prima que tem como maior mercado consumidor a produção de biodiesel.
A associação projeta uma participação, em 2021, similar ao desempenho apresentado em 2020. Foi destacado que os dados têm como base o SIF (Serviço de Inspeção Federal), mas foi discutido que o volume real desse mercado é bem maior.
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