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18 out 2024 - 11:58
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BNDES aprova R$ 3,9 bi em crédito a projetos de biocombustíveis em 2024

De janeiro a outubro, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou R$ 3,9 bilhões em crédito para projetos de produção de biocombustíveis no Brasil –o dado contabiliza operações até o dia 10 deste mês.


Trata-se do segundo maior patamar de uma série histórica iniciada em 2005, diz a instituição. Um montante maior do que esse só foi registrado no período de janeiro a outubro de 2010 (R$ 4,5 bilhões), no segundo governo Lula (PT).


Os dados do banco, aos quais a Folha teve acesso, consideram valores nominais –sem a correção pela inflação. De janeiro a outubro do ano passado, as aprovações haviam somado R$ 1,3 bilhão.


José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, afirma que o crescimento em 2024 está associado à ampliação dos recursos do Fundo Clima.


Em abril, o banco anunciou a assinatura de contrato com a União que destinou até R$ 10,4 bilhões para o fundo, aporte recorde desde a criação da iniciativa, em 2009.


O montante deve ser usado pelo BNDES para o financiamento de projetos voltados à mitigação de impactos das mudanças climáticas, o que pode incluir empréstimos para o ramo de biocombustíveis.


"Isso [crescimento das aprovações] mostra a volta do BNDES ao apoio de uma agenda verde e importante, que é a dos biocombustíveis", afirma Gordon.


O diretor também associa a ampliação dos financiamentos à política industrial do governo federal e à demanda crescente por produtos como etanol de milho. "O mundo precisa se descarbonizar", diz.


Em julho, Gordon já havia declarado à Folha que os financiamentos para o setor de biocombustíveis iriam crescer em 2024, sob efeito do Fundo Clima.


No fluxo do BNDES, a aprovação de crédito vem antes do desembolso dos recursos para as empresas.


Segundo Gordon, empréstimos voltados para biocombustíveis contam com taxa fixa de 6,15% ao ano, mais o spread do banco.


Usina de etanol de milho no PR tem R$ 500 milhões aprovados


O BNDES anuncia nesta terça (15) a aprovação de financiamento de R$ 500 milhões para a construção de uma planta produtiva de etanol de milho no Paraná. O projeto é da cooperativa Coamo no município de Campo Mourão (a 453 km de Curitiba).


Com recursos do Fundo Clima, a nova usina terá, por dia, capacidade de processamento de 1.700 toneladas de milho e de produção de 765 mil litros de etanol, afirma o banco.


Conforme a instituição, o valor total do projeto é de R$ 1,7 bilhão. A cooperativa tem 10 mil funcionários e alcançou, em 2023, 32 mil associados diretos, principalmente pequenos agricultores.


"Projetos com esse perfil, financiados pelo Fundo Clima, agregam valor aos produtos, como o milho, com a produção de etanol e de insumos para o setor de proteína animal", afirma em nota o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.


"Além disso, o etanol reduz significativamente a emissão de gases de efeito estufa, uma prioridade da política industrial do governo do presidente Lula, que prioriza investimentos em economia verde e competitiva", acrescenta.


Em seu terceiro mandato, Lula defende reforçar a atuação do banco como financiador de projetos na economia. A estratégia, porém, é vista com ressalvas por uma ala de economistas que teme a volta de políticas adotadas por governos petistas no passado.


A atual gestão do BNDES, por sua vez, rebateu as críticas em mais de uma ocasião, dizendo que mira em segmentos como transição energética, inovação e empresas de menor porte.


Como mostrou a Folha, o governo incluiu em uma PEC (proposta de emenda à Constituição) um dispositivo que permite destinar até 25% do superávit financeiro de fundos públicos do Executivo ao financiamento de projetos ligados a ações de enfrentamento, mitigação e adaptação a mudanças climáticas e de transformação ecológica.


Um dos focos seria garantir maior volume de recursos ao BNDES, em uma medida que poderia favorecer o Fundo Clima. Se aprovada, a mudança valerá entre 2025 e 2030, mediante devolução gradual dos recursos a partir de 2031.


Fonte: Folha de S. Paulo

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