Artigo de Alceu Moreira, Deputado federal (MDB-RS) e presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio)
Com a decisão do governo federal de aumentar a mistura do biodiesel ao óleo diesel de 10% para 12% em abril, os ataques a esse biocombustível se intensificaram. Para justificar tais críticas, são feitas afirmações equivocadas, que representam uma manobra para enganar consumidores e prejudicar a expansão do biodiesel na matriz energética.
Alegações infundadas sugerem que o biodiesel aumenta o consumo dos veículos e as emissões. Ora, ele é um dos combustíveis que menos emitem fuligem e poluentes nocivos à saúde, reduzindo drasticamente o lançamento de gases na atmosfera quando comparado às combustões fósseis. E não há evidências de que aumente o consumo de combustível.
É fundamental para o setor assegurar a sua competitividade em nível mundial
Também afirma-se que o biodiesel causa problemas aos motores, sem qualquer comprovação. Na condição de presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel no Congresso Nacional (FPBio), o setor tem o maior interesse de ser transparente em relação à sua produção e, por isso, já existem um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados e um programa sendo desenvolvido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis para garantir a rastreabilidade do diesel de petróleo, do biodiesel e da mistura de ambos em toda a cadeia de comercialização.
Convém atentar para os benefícios econômicos e sociais que o biodiesel proporciona, indo muito além de uma questão ambiental. Sua fabricação agrega valor à cadeia da soja e contribui para reduzir o custo da produção de proteína animal, ao provocar o aumento da oferta de farelo para a ração – o que se reflete na redução do preço da carne para consumo e exportação.
Os Estados Unidos já praticam 20% da mistura. A Indonésia, por sua vez, está em programa de testes para chegar aos 40%. A FPBio não medirá esforços, com a ajuda dos principais especialistas no tema, para que o biodiesel tenha as suas diretrizes respeitadas e amparadas por uma política pública reformulada, capaz de garantir segurança jurídica e previsibilidade, longe de qualquer falácia ou declaração mal-intencionada.
Fonte: GZH
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