A poluição atmosférica é uma das maiores preocupações das autoridades em todo planeta, já que é responsável por acarretar diversos problemas de saúde. Doenças pulmonares, cardiovasculares e neurológicos são agravadas por conta de um ar de má qualidade.
“Os altos níveis de poluição atmosférica podem afetar as funções orgânicas pulmonares, desencadeando doenças como a asma e a bronquite crônica, além de desencadear fenômenos alérgicos, como a rinite, podendo ainda acarretar alguns tipos de cânceres. Além disso, aumenta o risco de doenças cardiovasculares agudas como o infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, doenças arteriais e outras”, explica a doutora Inês Bissoli, cardiologista e coordenadora do CTI do Hospital Badim.
“A exposição a altos índices de poluentes como monóxido de carbono, óxido de enxofre, chumbo, ozônio, particulados, provocam uma hiper irritação nas vias aéreas, causando sérias doenças respiratórias. O efeito da poluição em crianças pode acarretar retardo de desenvolvimento, além de doenças respiratórias, alergias, rinites, sinusites, bronquiolites, coriza e tosse. A exposição de (exposição a longo) longo prazo de ozônio acarreta redução da função pulmonar permanentemente. As queixas mais comuns dos pacientes são falta de ar, boca seca, queimação na garganta, tosse, sensação de aperto no peito, dor nas costas, chiado ao respirar, congestão nasal, coriza. Temos muitos atendimentos nas emergências com esses sintomas, principalmente em épocas com pouca chuva, que não ‘lava’ a atmosfera”, completa.
A doutora Camila Pupe, neurologista do Hospital Badim, acrescenta que as pessoas podem ter problemas neurológicos ao serem expostas em um ar poluído. “No caso de poluentes que existem no ar e cujas composições podem variar de cidade para cidade, pode ter efeito em doenças neurodegenerativas, principalmente nas demências como Alzheimer e Parkinson”, detalha.
“É importante lembrar que, no ano passado, a qualidade do ar foi incluída como um dos fatores de risco modificáveis para doença de Alzheimer, além de vários estudos que têm demostrado o quanto essa questão e a doença de Parkinson estão relacionadas. A qualidade do ar pode ser um fator de risco relevante para essa doença. Morar em lugares onde a qualidade do ar é melhor pode favorecer uma maior longevidade ou maior qualidade de desenvolvimento neuroprotetor do cérebro”, relata.
Nos últimos anos, houve enorme aumento na poluição do ar nas grandes cidades. Isso tem afetado a saúde das pessoas, conforme revela a doutora Bissoli. “A exposição de altos índices de poluentes desencadeiam vasoconstrição, irritabilidade das vias aéreas, podendo se manifestar com dor de cabeça, tosse, processos alérgicos, podendo evoluir, caso exposição contínua, com doenças pulmonares como a bronquite, asma, piorar os casos de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e até reduzir a função pulmonar, além de doenças e cardiovasculares, como a angina e o infarto”, explica.
A médica aponta que os governantes precisam encontrar soluções para melhorar a qualidade do ar. “Toda cidade com grande fluxo de carros e indústrias está sujeita a poluição do ar. Para tentar se proteger, há a necessidade de mobilização dos governos para reduzir esse tipo de poluição com medidas de segurança para evitar que esses compostos sejam despejados no ar, como filtros específicos; aumentar a malha de transporte público, reduzir o uso de combustíveis fósseis, implementação de áreas verdes, como parques e praças arborizadas”, pontua.
“Podemos também colaborar plantando árvores, optando por telhados verdes e jardins em nossos locais de trabalho e moradia. Ter sempre a manutenção do carro em dia é outra atitude que ajuda muito, além de dar preferência ao transporte público, uso de bicicleta, carona solidária e não promover queimadas. É muito bom frequentamos locais de ar mais limpo como praias e parquese fazer uso de máscara de proteção em locais com alto índice de poluentes, como áreas de fábricas e chaminés”, conclui.
Fonte: Saúde IG
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