O presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO), Francisco Turra, participou nesta terça-feira (14) da solenidade de lançamento do segundo ciclo do Programa de Imagem e Acesso a Mercados do Agronegócio Brasileiro (PAM AGRO) 2021-2023. A iniciativa é realizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e contará com a parceria da APROBIO e de outras 14 entidades representantes do setor privado.
“O nosso objetivo é galgar espaços nos mercados internacionais. O Brasil já exportou e tem todas as condições de continuar exportando e a Europa é o nosso foco principal”, explicou Turra. Segundo a Apex, as iniciativas serão concentradas na Europa. A meta do programa é reposicionar a imagem do agronegócio brasileiro fora do país. Para Francisco Turra, a parceria viabilizará a abertura de novos mercados.
“O nosso biodiesel tem grandes condições de avançar nos mercados europeus, que é o mais resistente, o mais difícil dos mercados. É absolutamente apropriado o foco do programa, que é a Europa, exatamente pelas dificuldades que temos e pelas parcerias que podemos construir com os europeus. Então, dentro dessa perspectiva, em breve muitas das nossas empresas poderão abrir caminho para exportar para a Europa – que é importante para manter a estabilidade do produto. Se não temos uma janela para exportar podemos ter muitos sobressaltos, que é o que está ocorrendo hoje com o nosso biocombustível”, argumentou Julio Cesar Minelli, Diretor Superintendente da APROBIO, que também esteve presente no evento.
Na avaliação do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o trabalho voltado a promoção da imagem do agronegócio brasileiro é fundamental para combater o “recrudescimento do protecionismo” no comércio internacional. O chanceler destacou ainda que o setor produtivo nacional será destaque no discurso que o presidente da República, Jair Bolsonaro, fará na abertura da Assembleia Geral da ONU.
“Com a entrada em vigor da nova fase do PAM AGRO, a rede dos setores de promoção comercial do Itamaraty no exterior prestará todo apoio necessário à organização de eventos, ao mapeamento de gestão de stakeholders locais, à realização de pesquisas, à divulgação de conteúdos e à elaboração de mensagens-chave ao público estrangeiro”, explicou França.
Segundo França, a estrutura do Itamaraty prestará todo apoio necessário para que seja possível melhorar a percepção de mercados internacionais estratégicos em relação à cadeia do agronegócio brasileiro. Dessa forma, haverá um esforço concentrado e coordenado de comunicação que destaque a sustentabilidade, a segurança e a tecnologia embarcadas nos nossos produtos.
“Estamos particularmente preocupados com a disseminação perante a opinião pública nos grandes mercados internacionais de uma visão reducionista, que restringe a sustentabilidade apenas ao pilar ambiental, ignorando as vertentes social e econômica da sustentabilidade, que são absolutamente incontornáveis, e reduz o pilar da sustentabilidade apenas ao desmatamento”, argumentou.
O presidente da Apex, Augusto Pestana, enfatizou a necessidade de enfrentar impressões equivocadas sobre o agronegócio brasileiro em mercados europeus. “Vamos intensificar e aprimorar o combate às desinformações, contra o desconhecimento, contra as distorções a respeito do agronegócio brasileiro. Vamos levar a verdade à opinião pública internacional e, em especial, a europeia tão influente no mundo, tão determinante de tendências, trendsetter. Infelizmente, tão afetada pelas campanhas desleais motivadas por interesses políticos ou econômicos”, disse. “Com foco, exatidão e transparência entraremos em campo com o que somos de fato, referência no desenvolvimento sustentável, no desenvolvimento que assegura o fundamental equilíbrio entre os pilares econômico, social e ambiental”, acrescentou.
Segundo o secretário executivo do Ministério da Agricultura e Pecuária, Marcos Montes Cordeiro, o Parlamento brasileiro tem um papel fundamental para o sucesso da iniciativa. “Tem algumas missões como próprio código florestal, que é uma lei e precisa ser implementada em sua completude”, argumentou. “Nós também estamos fazendo a regulamentação fundiária, que é fundamental que seja implementada. Para as famílias dará dignidade, mas também nos dará o poder da fiscalização, de saber quem é que está cometendo atos ilícitos, como o desmatamento ilegal”, completou o secretário.
O PAM AGRO é uma parceria entre a Apex-Brasil e o setor privado, além do suporte do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A segunda etapa do PAM AGRO, tem foco em iniciativas que contribuam para o posicionamento de imagem do agronegócio brasileiro na Europa, norteadas por uma estratégia de comunicação e pelo objetivo de sensibilizar a opinião pública internacional, buscando impactar positivamente as frentes de defesa de interesses e o desempenho das exportações do setor, com especial atenção para o processo de ratificação do acordo Mercosul-União Europeia.
PAM AGRO | Programa de Promoção de Imagem do Agro Brasileiro - Apex Brasil
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