Os ministros da Clean Energy Ministerial (CEM15) e da Mission Innovation (MI-9), assinaram, nessa quinta-feira (3/10), durante a reunião de encerramento do evento, declaração conjunta firmando compromissos dos países com a aceleração das ações visando a transição energética limpa, sustentável, justa e acessível. O evento, presidido pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi realizado em paralelo às reuniões do Grupo de Trabalho do G20 e reuniu dezenas de ministros das maiores economias mundiais em Foz do Iguaçu, no Paraná. Esta foi a primeira vez que os integrantes do grupo assinaram um documento do tipo, reconhecendo a liderança e o protagonismo brasileiro nas discussões da transição energética mundial.
“A liderança do Brasil no G20 inspirou os países que compõem a Ministerial de Energia Limpa e a Missão Inovação a adotarem políticas que acelerem a transição energética. Foram anunciados investimentos que superam 20 bilhões de dólares, em diversas nações. Essa cooperação inédita alcança temas importantes para o Brasil, como diesel verde, SAF, captura de carbono e hidrogênio. Esses investimentos vão impulsionar o projeto do MME - Combustível do Futuro, que será sancionado na próxima semana pelo presidente Lula, criando novas indústrias ligadas à descarbonização, gerando milhares de empregos e renda para brasileiras e brasileiros”, afirmou o ministro.
O Brasil, como anfitrião do CEM15/MI-9 e da Presidência do G20 em 2024, lançou o Plano de Ação para Combustíveis do Futuro para aproveitar as capacidades das iniciativas do CEM e explorar a colaboração com as Missões do MI para promover a inovação e o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis do futuro. O Brasil anunciou sua intenção de fazer dos combustíveis sustentáveis – e da colaboração CEM/MI através do Plano de Ação – uma prioridade na COP30 sob sua liderança. O Brasil é protagonista mundial na produção de biocombustíveis e, recentemente, criou o Programa Combustível do Futuro, o maior e mais inovador programa de descarbonização da matriz de transportes e mobilidade do planeta.
No documento assinado pelos ministros, eles se comprometem a “acelerar transições energéticas limpas, sustentáveis, justas, acessíveis e inclusivas, seguindo vários caminhos, como forma de promover um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo e alcançar nossos objetivos climáticos. Essas ações ajudarão a progredir em direção aos objetivos do ODS7: Energia Limpa e Acessível, promovendo políticas e tecnologias em um ritmo acelerado”, diz um dos trechos do documento.
Encaminhamentos
Além da declaração, o Brasil também aderiu a importantes iniciativas globais. O país assumirá a co-presidência do Fórum de Comércio Internacional de Hidrogênio. O cargo reconhece os avanços das políticas públicas implementadas pelo governo brasileiro e ao potencial nacional na produção do hidrogênio de baixo carbono.
O país também se juntou à Missão Transições Urbanas, que mobiliza tomadores de decisão de todos os níveis de governo para priorizar caminhos neutros para o clima e zero líquido habilitados por energia limpa e inovação sistêmica em todos os setores e na governança urbana. A entrada do Brasil na UTM contribui para a busca de futuros urbanos inclusivos, resilientes e livres de emissões de gases do efeito estufa.
Outro importante encaminhamento foi a adesão do Brasil à Iniciativa de Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS), promovida pelo Clean Energy Ministerial (CEM). A iniciativa, criada em 2018, é um dos principais fóruns globais dedicados a promover o diálogo entre governos, indústria e setor financeiro, com o objetivo de avançar políticas e investimentos em CCUS. Entre os membros estão países como Austrália, Canadá, China, Alemanha, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.
Ao aceitar o convite, o Brasil fortalece o papel central no combate às mudanças climáticas, colaborando com outras nações na troca de conhecimentos, desenvolvimento de políticas públicas e identificação de oportunidades de investimento. A participação também abre portas para parcerias estratégicas no setor de petróleo, que está diretamente envolvido em iniciativas globais de descarbonização.
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