As enchentes e o excesso de chuvas que afetam a região Sul do Brasil nos últimos dias são mais um demonstrativo do quanto é importante um plano de adaptação às mudanças climáticas. Além de metas para a redução das emissões de gases de efeito estufa, o Governo Federal está construindo um projeto para que os setores minimizem os efeitos negativos das mudanças climáticas. O Grupo de Trabalho (GT), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), responsável por construir o documento para o setor industrial, teve sua segunda reunião nesta terça-feira (7/5).
“Essa tragédia do Rio Grande do Sul demonstra a urgência desse plano de adaptação e de como essa preocupação deverá estar presente nas decisões de novos investimentos”, avaliou o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, Rodrigo Rollemberg.
“A gente sempre acha que o combate às mudanças climáticas são uma coisa pro futuro, para daqui alguns anos, mas estamos vendo, com essa situação do Rio Grande do Sul, que isso é necessário agora”, afirmou o coordenador do GT e diretor do Departamento de Descarbonização e Finanças Verdes do MDIC, João Francisco Paiva Avelino.
O plano confeccionado pelo MDIC se unirá ao de outros 14 planos temáticos de adaptação em elaboração por diferentes ministérios e comporão o novo Plano Clima Adaptação, num trabalho coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Fabiana Villa Alves, ponto focal do MDIC no Plano Clima Adaptação, explica a ação do grupo.
“Nós estamos construindo e indicando coletivamente, com apoio da CNI, das associações e da ABDI, quais são as ações necessárias para minimizar os impactos dos eventos extremos, como esse do Rio Grande do Sul, no setor da indústria”, explicou Fabiana. “Por exemplo, a indústria tem que começar a pensar em implementar sistemas de drenagem e escoamento eficientes, além de bacias de contenção dimensionadas com dados históricos para minimizar problemas como os que vemos no Sul do país”, explicou ela.
O gerente de Fomento às Estratégia ASG (Ambiental, Social e Governança) da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Rogério Araújo, falou sobre a importância do tema para a agência. “Além de preparar o setor produtivo para essas mudanças climáticas, ele irá tornar o setor mais competitivo”, afirmou o gerente.
Durante o encontro, os presentes apresentaram e analisaram os instrumentos, projetos e legislação já existentes e que possuem potencial de redução dos riscos e vulnerabilidades prioritárias para o setor. Além disso, fizeram a identificação do que poderia ser complementado ou modificado no instrumento para reduzir os riscos relacionados ao clima.
O grupo conta com convidados permanentes do setor produtivo e da sociedade civil, além de representantes de todas as secretarias do MDIC e dos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que irão mapear riscos, identificar as cadeias produtivas mais vulneráveis, analisar os cenários climáticos e apresentar soluções, meios de financiamento e metas de adaptação para serem atingidas até 2030. Além disso, o grupo irá indicar diretrizes para a adaptação da indústria para 2035 e 2050.
MOBILIZAÇÃO REGIONAL
Para um maior engajamento e sensibilização do setor, estão previstas a realização de três encontros regionais com as federações das indústrias. O primeiro encontro irá abranger as regiões centro-oeste e norte; o segundo será com a região Nordeste e o terceiro com o sul e sudeste. Os encontros estão previstos para acontecer durante os meses de junho e agosto e estão sendo realizados em parceria com a Confederação Nadional da Indústria (CNI).
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Biocombustível de macaúba terá preço competitivo com do fóssil, diz diretor da Mubadala
Mercado de carbono é aprovado após acordos com agro, térmicas e distribuidoras
Na COP 29, Alckmin projeta Brasil como protagonista da nova economia global