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07 abr 2022 - 09:17
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A poluição do ar é um dos maiores inimigos da humanidade

SÃO PAULO — A poluição do ar é responsável por 7 milhões de mortes prematuras anuais, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Alguns estudos, estimam um número maior ainda de vítimas fatais como resultado da má qualidade do ar. No Brasil, quase 51.000 mortes por ano são causadas pela poluição do ar. Até algumas décadas atrás, o principal male associado à baixa qualidade do ar eram as doenças respiratórias. Entretanto, ao longo dos últimos anos, um crescente corpo de evidências mostrou que os danos da poluição vão muito além dos pulmões e do trato respiratório. Ela afeta o sistema cardiovascular, reprodutor, neurológico, endócrino, renal, entre outros. Durante a pandemia, por exemplo, ficou constatado que pessoas que cidades mais poluídas apresentavam maior índice de mortes pela Covid-19.


— Uma série de estudos epidemiológicos mostrou que a poluição do ar não afeta só o pulmão. Ela contribui para infarto, AVC, baixo peso ao nascer, câncer etc — diz o patologista Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e um dos maiores especialistas sobre o assunto no país.


Estudo realizado por Saldiva mostrou que o dano pulmonar causado pela poluição equivale a fumar de dois a três cigarros por dia. Outro trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, e da Universidade Normal de Pequim, na China, concluiu que três anos de exposição aos poluentes atmosféricos equivalem à perda de cerca de um ano de escolaridade.


A péssima qualidade do ar também é responsável pelo aumento no risco de demência em quatro a cada dez pessoas com vulnerabilidade genética à doença. A exposição de longo prazo a uma atmosfera poluída ainda está associada ao desenvolvimento de doença renal crônica, aumento do risco de obesidade, diabetes, doenças neurodegenerativas e câncer de bexiga.


A poluição atravessa a placenta e está associada com baixo peso ao nascer, prematuridade e mortes fetais. Crianças que respiram ar poluído crescem menos, correm maior risco de comprometimento das funções pulmonares, aumento de infecções respiratórias e agravamento da asma.


O ar atmosférico é composto de nitrogênio, oxigênio, hidrogênio, gás carbônico e vapor de água. Ele é considerado poluído quando passa a conter substâncias químicas. Há centenas de compostos provenientes das mais diversas fontes, incluindo da queima de carvão em usinas de energia, de combustíveis fósseis em veículos, da indústria e de incêndios florestais.


Entre eles, o material particulado é considerado o mais prejudicial à saúde. Elas se referem às partículas com menos de 2,5 micrômetros de diâmetro (PM 2,5) e às partículas de menos de 10 micrômetros (PM 10). Quanto menor o tamanho, maior o dano. As partículas com até 2,5 micrômetros, por exemplo, são 1/30 vezes mais finas que um fio de cabelo. Além de penetrar nos pulmões, elas conseguem entrar na corrente sanguínea e afetar praticamente todos os sistemas do corpo. Elas seriam capazes até mesmo de penetrar a barreira hematoencefálica, que protege o cérebro. Para efeito de comparação, nove em cada dez medicamentos em desenvolvimento pela medicina não conseguem ultrapassá-la.


— A poluição do ar, o material particulado, causa o que a gente chama de stress oxidativo e altera a função das células — diz a endocrinologista Elaine Frade, presidente da Comissão de Endocrinologia Ambiental da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).


Frade participou do primeiro estudo no mundo que comprovou o efeito deletério da poluição na fertilidade masculina. A equipe comparou a produção de espermatozoides em roedores expostos ao ar poluído e ao ar limpo. Os resultados mostraram uma desorganização na formação do espermatozoide nos camundongos machos que respiraram ar extremamente poluído. Isso, segundo Frade, pode levar à infertilidade.


Em 2019, 99% da população mundial estava vivendo em lugares com ar insalubre. O problema continua até hoje, na mesma dimensão, de acordo com estudo publicado pela OMS no início da semana. A poluição ainda tem efeitos indiretos, à medida que é responsável pelo efeito estufa e pelo aquecimento global, o que, por sua vez, também afetam negativamente a saúde humana.


Para reduzir o risco de doenças e morte associadas à poluição atmosférica, não tem segredo, nem milagre. É preciso buscar soluções para o aumento da eficiência dos motores, encontrar novas alternativas de mobilidade e combustível e mudar a matriz energética.


Em setembro do ano passado, a OMS lançou novas diretrizes de qualidade do ar. Foi a primeira atualização das recomendações em 15 anos. De forma geral, houve redução das referências para todos os poluentes clássicos: PM 2,5, PM 10, ozônio, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e monóxido de carbono.


Para o material particulado de até 2,5 micrômetros, o índice tolerado caiu pela metade, saindo de até 10 microgramas por metro cúbico, para 5. Para as partículas maiores, de até 10 micrômetros, o limite anual passa de 20 para 15 microgramas por metro cúbico. A entidade espera que o novo padrão possa evitar cerca de 80% das mortes atribuídas à exposição às PM 2,5.


Entretanto, Saldiva, que participou da elaboração dos documentos da OMS em 2005 e em 2021, acredita que a mudança virá a partir do mercado e de novos hábitos culturais e não de políticas públicas governamentais.


— É um movimento lento, mas que já está acontecendo. As novas gerações estão mais propensas a abandonar o carro. Empresas que adotam tecnologias menos poluentes começam a ser valorizadas no mercado — afirma o pesquisador.


A nível individual, existem formas de diminuir os efeitos prejudiciais do ar poluído no organismo, mesmo que você more em uma grande cidade, como São Paulo. As ações incluem: usar máscara n95, optar por trabalhar de casa alguns dias da semana – ficar no trânsito aumenta consideravelmente o nível de poluentes inalados -, evitar se exercitar no horário de pico, realizar atividades físicas em parques ou locais mais arborizados e manter uma dieta rica em antioxidantes, como verduras e frutas.

Fonte: O Globo

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