Brasil está no caminho para cumprir suas metas, mas relatório revela incerteza sobre a preservação das atuais políticas no governo de Jair Bolsonaro
O esforço mundial para evitar o aumento de
2 graus na temperatura até o final deste século não tem sido suficiente. As
emissões de gases do efeito estufa aumentaram pela primeira vez, em 2017, em comparação com os quatro anos anteriores, concluiu o Relatório de 2018 sobre Diferença de Emissões da
Organização das Nações Unidas (ONU).
O estudo apontou um aumento de 1,2% nas emissões mundiais de
CO2 pela indústria e a geração de energia, empurrado pelo aumento da atividade econômica. Entre 2014 e 2016, essas emissões estiveram estáveis. Esse aumento não é pequeno e pode comprometer todos os esforços para impedir que a temperatura do planeta aumente em mais de 1,5 grau no final do século.
'Há ainda uma tremenda diferença entre palavras e fatos, entre as metas acordadas pelos governos do mundo todo para estabilizar nosso clima e as medidas para alcançar esses objetivos', disse à BBC Gunnar Luderer, do Potsdam Institute for Climate Impact Research, um dos autores do estudo.
Essa 'tremenda diferença' deverá resultar em pressões para uma redução ainda maior do que as acordadas nas emissões até 2030. Segundo o relatório, para impedir aumento superior a 1,5 grau até o final do século, as emissões de gases do efeito estufa terão de ser, em 2030, 55% abaixo das atuais.
Se as emissões continuaram nos níveis atuais, a temperatura do planeta será 3,2 graus maior do que as de hoje. Entre as 20 maiores economias do mundo (G20), a metade falhou nos seus esforços para cumprir os compromissos incondicionais de redução das emissões de gases do efeito estufa até 2030. São eles: a União Europeia, Estados Unidos Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul e Arábia Saudita.
O
Brasil, Japão e China estão no caminho para conseguir cumprir suas metas. Outros três países - Rússia, Índia e Turquia - deverão ficar 10% abaixo dos seus objetivos. Nos casos do México e da Indonésia, ainda há incertezas.
Fonte:
Veja