Por ser um o?leo comesti?vel, extrai?do da polpa dos frutos que crescem nos cachos das palmeiras, é hoje o principal óleo vegetal em produção e comercialização no mundo.

É excelente para frituras, pois é um dos poucos óleos que mantêm suas propriedades mesmo em altas temperaturas. E, além disso, é um produto com textura macia e de grande aplicação culinária, pois não possui odores que interferem no sabor dos alimentos. O óleo, obtido por meio da prensagem dos frutos, contém conservantes naturais que aumentam a vida útil dos produtos, apresenta maior rendimento se comparado aos demais óleos e o mais importante é que ele não apresenta gorduras 'Trans', nem tampouco organismos geneticamente modificados.
O óleo da palma também serve para a fabricação de produtos de higiene e limpeza, cosméticos, fármacos, lubrificantes, sem contar seu emprego em biocombustíveis e bioenergia.
O palmiste
Outro subproduto da palma de grande aplicação industrial é o palmiste, um óleo vegetal derivado da amêndoa da palma. O palmiste é um óleo que se mantém semissólido em temperatura ambiente, sendo mais saturado do que o óleo de Palma e bastante semelhante ao óleo de coco.
O óleo de palmiste bruto possui características muito diferentes daquelas encontradas no óleo de palma. Por possuir principalmente ácidos graxos de cadeia curta (C12:0, C14:0), ele apresenta particularidades físicas específicas de grande interesse para a indústria de cosméticos que utiliza essa matéria-prima na fabricação de sabonetes ou como substituto da manteiga de cacau. Por apresentar baixo grau de insaturação em seus ácidos graxos, o palmiste tem alta estabilidade oxidativa.
Assim como outros óleos vegetais, o insumo também pode ser usado na produção de biodiesel para motores de combustão interna.
Palma e sustentabilidade
O histórico da produção da palma, principalmente na Indonésia e Malásia, que respondem por 85% da produção mundial, tem sido relacionado a problemas de desmatamento e degradação da biodiversidade. Além de substituírem florestas primárias, as lavouras de palma em alguns países também foram plantadas sobre terrenos de turfa, provocando significativas emissões de gases de efeito estufa.

A produção da palma no território brasileiro deve seguir à risca o que determina o Zoneamento Agroecolo?gico, Produção e Manejo para a Cultura da Palma de Óleo na Amazônia - ZAE da Palma. Entre as várias recomendações do documento orientador, estão a que os produtores devem respeitar o limite de 50% da área total tal como Reserva Legal nas áreas aptas e a proibição implícita do desmatamento de novas áreas.
Do ponto de vista social, os produtores também devem cumprir exigências como a norma regulamentadora - a NR 31, que dispõe da segurança e saúde do trabalho. O respeito às questões sociais e ambientais coloca o país em uma situação de vanguarda em relação às outras nações produtoras.
A somatória dessas ações ambientais e sociais cria um ambiente único no mundo para a produção do óleo de palma no Brasil, destacando-se o balanço negativo na emissão de carbono, a liberdade sindical dos trabalhadores e o desenvolvimento de vetores sociais que melhoram a qualidade de vida dos trabalhadores e das comunidades vizinhas.
Protocolo Socioambiental
O governo do estado do Pará oficializou em setembro de 2014 o Protocolo de Intenções Socioambientais da Palma de Óleo. A iniciativa une o poder público e a iniciativa privada em busca de ações conjuntas voltadas ao desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do óleo de palma.
O protocolo é resultado de um esforço de um trabalho executado em 3 anos com a intenção de colaborar para que a expansão da atividade ocorra de forma sustentável, em áreas já antropizadas, ou seja, que já foram desmatadas e podem ser utilizadas para o plantio.
O documento marca o compromisso do setor com a sustentabilidade e foi assinado por representantes das Secretarias de Estado do Pará (Agricultura; Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção; Meio Ambiente), Instituto de Terras do Pará, Programa Municípios Verdes, Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural; Emater, Banco da Amazônia, Banco do Esado do Pará, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e Associação Brasileira dos Produtores de Palma (Abrapalma).
AMPLIE SUA VISÃO: saiba mais sobre o Protocolo de Intenções Socioambiental da Palma do Óleo
Balanço de carbono
O óleo de palma é um recurso para a produção de combustível renovável com potencial de se tornar 100% carbono neutro. Ao contrário dos combustíveis fósseis, a queima de biocombustível feito a partir do óleo de palma não eleva o nível de dióxido de carbono na atmosfera. É que existe um balanço positivo entre o que se emite com o uso desse combustível e o dióxido de carbono capturado no processo de fotossíntese, sem contar a liberação de oxigênio na atmosfera, que é bem maior do que em cultivos como a canola, por exemplo.

A partir do Zoneamento da Palma no Brasil, as novas plantações podem ocorrer apenas em terras degradadas, cuja reabilitação favorece o sequestro de carbono significativo durante a fotossíntese para formar sua biomassa.
A produção de óleo de palma pode contribuir para acelerar ou reduzir o ritmo das mudanças climáticas, dependendo de como as operações agrícolas e industriais forem planejadas, implantadas e realizadas.
Enquanto as plantações de palma podem sequestrar de 6 a 10 toneladas de CO2eq/há/ano, a mudança do uso da terra para o estabelecimento das mudas e o tratamento dos efluentes industriais são as principais fontes de emissões de GEE e podem superar o carbono sequestrado pelas plantações. Queima de combustíveis fósseis e aplicação de fertilizantes também contribuem para aumentar as emissões de gases de efeito estufa.
Para que a produção de óleo de palma contribua para mitigar as mudanças climáticas, a primeira atitude a ser adotada pelas empresas é o estabelecimento de novas plantações somente em áreas previamente desmatadas no passado e que possuam baixo conteúdo de carbono na vegetação remanescente. O estabelecimento de sistemas de tratamento de efluentes que não geram metano e a racionalização do uso de fertilizantes e combustíveis também devem ser considerados nas estratégias de redução das emissões.
Agricultura familiar
A legislação brasileira que define o conceito de agricultor familiar respalda-se na Constituição brasileira e na Lei nº 11.326/2006. Considera-se agricultor familiar aquele que desenvolve atividades econômicas no meio rural e atende a requisitos básicos, tais como não possuir propriedade rural maior que 4 módulos fiscais, sendo esta uma definição que muda conforme a região em que ela está localizada, pois o módulo fiscal varia de 5 a 100 hectares, conforme o município.

No ano de 2006, o IBGE realizou o Censo Agropecuário Brasileiro. Nele, verificou-se a força e a importância da agricultura familiar para a produção de alimentos no país. De acordo com os dados oficiais, aproximadamente 85% dos estabelecimentos agropecuários do país são da agricultura familiar. São cerca de 4,36 milhões de estabelecimentos agropecuários que se encaixam na definição da lei.
O principal programa de incentivo à agricultura familiar é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf, que financia projetos ao pequeno produtor rural, com baixas taxas de juros.
Por meio do Pronaf, o Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA dispõe de uma linha específica de crédito para a palma, com condições e juros diferenciados. Isso serve de incentivo e apoio ao pequeno produtor.
O Pronaf Eco Dendê transfere os recursos aos agricultores familiares por intermédio dos Bancos do Brasil e Banco da Amazônia - Basa, que assinam juntamente com a Abrapalma e outros parceiros o Protocolo Socioambiental da Palma.
Agricultura familiar e a palma
Em todo o mundo, a plantação da palma de óleo envolve aproximadamente 5 milhões de famílias de agricultores em 44 países nas Américas Central e do Sul, África, Ásia e Oceania, gerando a redução do êxodo rural, alternativas econômicas, novos arranjos produtivos locais e incremento da renda no campo.
No estado do Pará, onde se concentra a maior parte da produção brasileira de óleo de palma, 1070 famílias de agricultores estão incorporadas ao processo produtivo dessa, entre pequenos e médios produtores. Essas famílias estão distribuídas em 27.526 de hectares.
A palma no Brasil e no mundo
Mundialmente, a cultura ocupa 8% das terras alocadas para o cultivo de oleaginosas. A palma fornece quase um terço da produção global de óleos vegetais.
A Malásia e a Indonésia são responsáveis por 85% da produção mundial. Nigéria, Tailândia, Colômbia, Equador e Papua Nova Guiné representam juntas 6,6% da produção. O saldo de 8,4% divide-se entre outros 36 países, incluindo o Brasil - que está longe de ser considerado um grande produtor do óleo de palma.
Maiores produtores de óleo de palma no mundo:

O Brasil produz cerca de 300 mil toneladas de óleo de palma. A maior parte provém do território paraense. No entanto, a produção nacional não consegue suprir a demanda interna que hoje é de, aproximadamente, 500 mil toneladas por ano, ou seja, o país importa o produto em vez de produzi-lo em áreas degradadas, o que ajudaria a melhorar o balanço de emissões de gases de efeito estufa na agricultura amazônica.
Além disso, a palma é a oleaginosa de valor econômico mais produtiva que se tem conhecimento. Sua produtividade média de 4 toneladas de óleo por hectare/ano, dez vezes mais que o óleo de soja, por exemplo. Ou seja, ele é mais competitivo no mercado mundial do que os produtos similares.
Veja algumas vantagens da palma:
- Produz até 10 vezes mais do que outras oleaginosas;
- Bem orientada, seguindo os critérios sociais e ambientais exigidos pela legislação brasileira e pelos modernos critérios internacionais de sustentabilidade, a cultura do o?leo de palma pode ter importante papel na reduc?a?o da pobreza das regiões produtoras;
- No Brasil, só pode ser plantada em áreas degradadas, que não teriam outra utilização;
- Pode ajudar no sequestro de carbono, contribuindo para mitigar os problemas relacionados às mudanças climáticas.
Fonte: ABRAPALMA