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15 out 2018 - 09:43
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O Brasil e a biodiversidade





Se o Brasil continuar negligente em relação à conservação e der pouca atenção às metas climáticas, o mundo e nosso país se ressentirão

No fim do ano ocorrerão duas conferências internacionais, nas quais o Brasil usualmente tem protagonismo: a 14ª Conferência das Partes (COP) de Biodiversidade e a 24ª Conferência das Partes (COP) sobre mudanças climáticas. Apesar de os temas serem correlatos, pouca sinergia existe entre as COPs, e raramente o que nelas se discute é incorporado em nossa agenda econômica.

O Brasil, no entanto, é o país que mais teria a ganhar, no médio e no longo prazos, caso atentasse para suas potencialidades de país mais megadiverso do mundo, abrigando seis diferentes biomas (Amazônia, Pantanal, Cerrado, Pampa, Mata Atlântica e Caatinga) e nível de emissão de gases de efeito estufa per capita ainda baixos, com várias alternativas de energia renovável. Enfim, tem um valioso ativo ambiental que deveria estar sendo usado para alavancar seu progresso num mundo que apresenta restrições ambientais crescentes. Portanto, um novo modelo de desenvolvimento que contemple os temas das duas COPs nos favoreceria.

No Brasil estão concentrados 30% das florestas tropicais do mundo, incluindo a Amazônica e a Mata Atlântica. Todos nós dependemos das florestas, mesmo aqueles que vivem distante delas. Elas nos asseguram serviços ambientais essenciais, como a regulação do clima e a manutenção e oferta de água. Sua importância também pode ser traduzida em inúmeras possibilidades econômicas decorrentes de sua utilização de forma sustentável. As multiplicidades de usos acabam por auxiliar em sua própria manutenção. A biodiversidade encontrada na floresta é uma enorme fonte de matérias-primas para alimentação, incluindo agricultura e pesca, medicamentos, cosméticos, energia e construção civil, além de oportunidades para turismo e lazer.

No campo da geração de energia, a biomassa representa hoje a fonte renovável com maior potencial para redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Cenários internacionais mostram que é crescente no mundo o seu uso e o de outros resíduos na produção de eletricidade e que ela pode desempenhar um papel fundamental na descarbonização dos sistemas de eletricidade, fornecendo uma fonte estável de energia com baixo teor de carbono. O Brasil é pródigo em biomassa. Mas, apesar de a bioeletricidade poder ser gerada a partir de várias fontes, só tem expressão no país a bioeletricidade gerada a partir do bagaço e da palha de cana-de-açúcar. Embora outras fontes com potencial de gerar eletricidade ainda sejam incipientes, há enorme capacidade de crescimento na oferta nacional de energia elétrica.

Se o Brasil continuar negligente em relação à conservação e ao uso apropriado de sua biodiversidade e der pouca atenção às metas climáticas, o mundo e o nosso país se ressentirão por conta da perda de benefícios ambientais oriundos de nossas florestas, resultando em cada vez menos segurança alimentar, hídrica e climática. Por outro lado, perderemos a oportunidade de liderar um novo modelo de desenvolvimento.

É importante que, nesses próximos dias, os eleitores analisem as intenções dos candidatos à Presidência da República, de forma a verificar qual deles terá condição de nos colocar na liderança rumo a um desenvolvimento moderno e sustentável. Para isso, é necessário buscar informações e conferir suas propostas. Precisamos saber qual deles está disposto e será capaz de promover ações e aglutinar atores no meio político, acadêmico e empresarial para elaborar estratégias de aproveitamento da potencialidade ambiental do país, alinhando o Brasil com as necessidades mundiais, de forma a enfrentar alguns dos maiores desafios desse século: a redução dos recursos naturais e da biodiversidade e o aquecimento global.

Suzana Kahn é professora da Coppe/UFRJ e presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas





Fonte: O Globo

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