Quatro semanas depois de empossado, o Ministério de Minas e Energia (MME) do novo governo vai ganhando contornos mais claros. Ontem (24), o ministro Bento Albuquerque se reuniu com representantes de 18 entidades dos setores de óleo, gás e biocombustíveis para apresentar as prioridades que deverão orientar os trabalhos da pasta nesses segmentos.
Reuniões similares já haviam sido realizadas com associações dos setores de mineração e elétrico. Segundo BiodieselBR.com apurou junto ao ministério, a ideia do ministro foi realizar uma primeira aproximação com os setores empresariais diretamente impactados pela atuação do MME.
Os encontros foram restritos a um representante de cada entidade e mais um acompanhante. Pelo lado do MME estavam presentes, além do próprio Bento Albuquerque, os secretários e diretores de todas as áreas.
RenovaBio e B15
Para o setor de biocombustíveis especificamente, o ministro garantiu que a equipe da pasta terá total empenho no avanço da regulamentação dos pontos do RenovaBio que ainda se encontram em aberto - nessa quarta-feira foi realizada uma reunião para definir como será o processo de construção das regras de comercialização dos Créditos de Descarbonização (CBios).
A continuidade do cronograma para a implementação do B15 também foi ressaltada pelo ministro como uma prioridade.
Executivo do segmento do biodiesel que estiveram presentes no encontro parecem ter saído satisfeitos. O presidente do conselho da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Erasmo Carlos Battistella, ressaltou que a indústria do biodiesel tem um 'histórico de contribuição e alegrias' para o país gerando 'benefícios ambientais, sociais e econômicos'. 'Ao implementarmos e cumprirmos o RenovaBio até 2030, só na nossa cadeia produtiva estamos falando de investimentos de 22 bilhões', estimou.
Já o diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski, destacou o papel dos biocombustíveis para suavizar a transição da matriz de mobilidade brasileira. 'O biodiesel representa uma janela de oportunidade, pois a necessidade de substituir os combustíveis fósseis por renováveis é urgente e inevitável. (...) É uma tecnologia que já está disponível, é eficiente do ponto de vista de redução de emissões e o Brasil é um país rico em matérias-primas", pontou
Competitividade
A nova gestão do MME também deverá dar mais atenção à competividade das fontes de energia em seus programas. Isso quer dizer que - além de benefícios ambientais e sociais - será fundamental que as ações do ministério também barateiem o preço da energia e dos combustíveis para os consumidores finais.
'Não podemos ficar só no discurso de que é importante do ponto de vista ambiental ou de segurança energética, [o consumidor] tem que sentir algum benefício na hora de abastecer o carro ou pagar a conta. Vai ter que ter algum equilíbrio entre externalidades e custo', disse à BiodieselBR.com uma fonte do ministério.
Fonte:
BiodieselBR