Em painel sobre o aumento da mistura para o B20 no Brasil, durante o VII Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel, o diretor superintendente da APROBIO, Julio Minelli, apresentou nesta terça-feira (5) um panorama da indústria nacional e os desafios a serem superados para o crescimento do setor.
O evento, promovido pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), reúne empresários, autoridades, profissionais do setor público, pesquisadores e estudantes entre 4 e 7 de novembro, em Florianópolis (SC).
“A indústria brasileira de biodiesel é proativa na busca de soluções para atender as necessidades do mercado, não só do biocombustível, mas do combustível final vendido aos consumidores. Os empresários sempre foram competentes em responder ao crescimento da demanda desde o início do programa de biodiesel no Brasil”, afirmou Julio Minelli.
A palestra do dirigente da APROBIO – “A produção de biodiesel no Brasil e as ações necessárias para crescimento do setor” – abriu o painel “Trilhando caminhos para o B20 no Brasil: os desafios e as oportunidades”, moderado pelo professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Expedito José de Sá Parente Júnior.
Redução de emissões passa por maior uso de biocombustíveis
Na palestra, Julio Minelli explicou que os biocombustíveis são a alternativa mais rápida e eficaz para a redução das emissões de gases de efeito estufa do setor de transportes no Brasil. “Os combustíveis líquidos são uma forma eficiente e econômica de armazenar e transportar energia”, explicou.
Por sua vez, uma eventual eletrificação da frota nacional com vistas à redução das emissões exigiria que a geração de hidroeletricidade dobrasse ou que se multiplicasse por oito a produção de energia eólica, visto que só haveria ganho ambiental efetivo se a substituição ocorrer com eletricidade gerada a partir dessas fontes renováveis.
Para o Brasil trilhar o caminho rumo ao B20, de acordo com o dirigente da APROBIO, os pesquisadores e as universidades podem colaborar com estudos sobre novas matérias-primas, desde que se leve em conta o potencial de uso em escala desses insumos, e sobre formas de garantir a qualidade e a estabilidade das misturas entre B15 e B20, ainda objeto de poucos trabalhos acadêmicos. “A academia tem um papel importante na produção de estudos que tenham aplicação na indústria, para continuarmos crescendo e disseminando o uso de biocombustíveis, com benefícios sociais, econômicos e ambientais para todo o Brasil”, afirma Julio Minelli.
Atualmente, o Brasil utiliza a mistura B11 (11% de biodiesel adicionado ao diesel fóssil). Na semana passada, em encontro com o setor de biodiesel realizado em Passo Fundo (RS), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o B12 será adotado no início de 2020 e até 2023 o país vai atingir o B15, cumprindo o cronograma de aumento anual da mistura estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A APROBIO defende a proposição de lei que preveja um novo cronograma de 2024 a 2028, com projeção de uso do B16 ao B20.
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